<p>Em menos de um ano, três fábricas de confecções fecharam em Oliveira do Hospital. Perante a falta de alternativas de emprego, o presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, exige ao governo "um regime de excepção", para o concelho.</p>
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Com o salário de Outubro em atraso, os cerca de 170 trabalhadores da Fabriconfex, em Gavinhos de Baixo, ficaram esta semana com os contratos de trabalho suspensos. A decisão partiu da administração daquela unidade de confecções - antiga Brialex - em laboração há 15 anos, perante um cenário de falta de encomendas.
Numa reunião que realizou com os trabalhadores, Centro de Emprego de Arganil e Sindicato do Sector Têxtil de Coimbra, Alexandrino deu, ontem, a cara pelos trabalhadores e reclamou ao governo "um regime de excepção para Oliveira do Hospital", semelhante ao que foi criado "em Vale do Ave e Setúbal", porque "o concelho não tem alternativas de emprego, neste momento". Com números que na semana passada davam conta de 1300 desempregados no concelho, Alexandrino disse acreditar que "os têxteis de qualidade ainda têm solução". Para o efeito, o autarca defende a criação de "uma linha de crédito e financiamento de acesso rápido e não tão burocratizada".
Aos trabalhadores, a maioria mulheres e alguns casais, o autarca mostrou-se disponível para ajudar. "A Câmara está a estudar um fundo de emergência para podermos dar avales às empresas, e está disponível para ajudar as pessoas com a acção social", afirmou, considerando que a situação de desemprego no concelho "é dramática".
"O nosso desemprego é quase o dobro da média nacional e o nosso concelho não tem condições de emprego alternativo", continuou o autarca, mostrando-se disponível para "deixar caminhos por fazer, para poder apoiar as pessoas".
Com uma longa vida de trabalho na empresa que, agora, lhes suspendeu os contratos de trabalho, os cerca de 170 funcionários da Fabriconfex prevêem a chegada de tempos difíceis.
Artur Brito, de 53 anos, e a esposa foram um dos cerca de 10 casais afectados pela crise que se assolou sobre a empresa de Gavinhos de Baixo. Ao fim de 38 anos de trabalho, o operário das confecções confessa que não previa este desfecho para a empresa. Resta-lhe a esperança de a Fabriconfex retomar a laboração e o alívio de não ter filhos para criar, nem empréstimos para pagar.