<p>Foram detectadas despesas de 600 mil euros facturadas à Câmara de Espinho, sem que existam os respectivos processos de aquisição. Para tirar dúvidas, a Autarquia vai avançar com uma auditoria externa. </p>
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A Câmara de Espinho, liderada há cerca de mês e meio pelo social-democrata Pinto Moreira, quer avaliar a existência de possíveis irregularidades nas contas municipais. Além das despesas de 600 mil euros por justificar, a informação prestada pelo vice-presidente, Vicente Pinto, para sustentar a necessidade da Autarquia aponta outros problemas.
Vicente Pinto diz também notar que o tratamento dos processos carece de alguma formalidade, o que lhe levantou dúvidas sobre o cumprimento integral das regras administrativas. Uma situação que poderá ter levado a irregularidades. Quais terão sido, só a auditoria poderá responder.
Quanto ao que apurou acerca da situação financeira da Câmara Municipal, Vicente Pinto afirma que o Plano Plurianual de Investimentos foi executado apenas em 17,45 %, havendo cerca de 6,3 milhões de euros por pagar, de um total de 9,5 milhões de euros de compromissos assumidos. No que respeita ao Plano de Actividades, a sua execução ronda os 56%, havendo 2,7 milhões de euros por pagar, de um total de 6,4 milhões já assumidos. Por fim, e quanto ao total de despesas, na ordem dos 34 milhões de euros, ainda só foram pagos 12 milhões.
"O ponto da situação descrito obriga a um esforço redobrado, quer em termos de trabalho e dedicação, quer no que respeita à procura de resoluções", conclui Vicente Pinto, que propôs então a realização de uma auditoria "de forma a possibilitar a detecção de todas as situações irregulares, mas, sobretudo, que proceda à estabilização e verificação da situação financeira do município".
Recorde-se que Pinto Moreira, havia já avisado, ainda em campanha eleitoral, que uma das suas primeiras medidas, caso ganhasse a Câmara, passaria exactamente pela realização de uma auditoria, sobretudo por ter pouco conhecimento sobre a situação financeira da Câmara, liderada durante 16 anos por José Mota (PS).
Acrescente-se ainda que poucos dias depois das eleições, que, como se sabe, foram contestadas pelos socialistas, os sociais-democratas acusaram, em conferência de imprensa, o próprio José Mota, bem como pessoas próximas do então presidente, de terem sido vistos a transportar da Câmara sacas e pastas de papéis para as suas viaturas particulares. Os socialistas refutaram a suspeição lançada pelos sociais-democratas.