São já 12 os casos confirmados de Covid-19 relacionados com a fábrica de conservas Gencoal nas Caxinas, em Vila do Conde. Há já um jardim-de-infância de Aver-o-Mar (Póvoa de Varzim) em vigilância. A demora no alerta pode ter ditado a propagação do surto.
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"Há, até às 11 horas de hoje, 12 casos confirmados no foco relacionado com a fábrica de conservas de Vila do Conde", afirmou, ao JN, fonte da Administração Regional de Saúde-Norte (ARS-Norte).
A ARS/Norte e a delegação local de saúde estiveram, esta manhã, em visita à Gencoal, para uma "vistoria" às instalações, mas, por enquanto, a fábrica, com cerca de 170 trabalhadores, continua a laborar.
"As condições de laboração estão a ser avaliadas. A delegação de saúde local está a alargar o leque dos testes para todos os funcionários e ramificações familiares desses funcionários", explicou, esta manhã, em conferência de imprensa, a presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz.
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Ao que tudo indica, diz a presidente da Câmara, o contágio começou no companheiro de uma das funcionárias que terá chegado do Brasil, já com sintomas ligeiros. A presidente da Câmara pede mais controlo nos aeroportos para quem chega de países estrangeiros.
"Tudo o que era necessário fazer no sentido de investigar o que se estava a passar na empresa foi feito. Desde o momento zero", garante a autarca, que explica ter sabido do "foco" na "segunda-feira".
Mas a verdade é que, num jardim-de-infância das Caxinas, uma criança terá começado a faltar há duas semanas. Soube-se, depois, que a operária na Gencoal testara positivo, pelo que o "foco" poderá ter começado muito mais cedo, não tendo sido reportado.
Os dois primeiros positivos da Gencoal, na sexta-feira, levaram ao encerramento da linha de produção das conservas de salmão, fechada desde segunda-feira.
Só nessa altura Câmara e delegação de saúde terão sido alertadas, mas uma das funcionárias, residente na Póvoa de Varzim, teria já contaminado o filho (que testou positivo) e que frequentava um jardim-de-infância de Aver-o-Mar, que está também, agora, sob vigilância.
Elisa Ferraz confirma a situação, mas mais não diz. Remete mais informações para nova conferência de imprensa ao final da tarde, já depois de uma reunião com a administração da Gencoal, com a delegação de saúde e com o Conselho Municipal de Segurança.