A coligação de direita OCP - O Concelho em Primeiro (PPD/PSD-CDS/PP-PPM) conquistou a junta de freguesia de Vilar de Mouros, por uma diferença de três votos em relação à segunda força política mais votada, o PCP-PEV, que geriu a autarquia durante 32 anos, desde 1975.
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Liderada por José Maria Barros, a coligação venceu com 194 votos (36,53 %) a candidatura de Jorge Barros, putativo sucessor do histórico autarca comunista, Carlos Alves, que cumpriu um total de oito mandatos intercalados à frente dos destinos da mítica freguesia do festival de música, no concelho de Caminha.
O PSD liderou a junta em dois períodos: de 1975 a 1989 e de 2009 a 2013.
Na sequência da limitação de mandatos, Carlos Alves não pôde recandidatar-se a estas eleições, mas foi em quarto na lista do PCP, encabeçada por Jorge Barros. No domingo, viu a OCP ultrapassar e vencer - por apenas três votos - o seu partido, que ficou em segundo lugar, com 191 votos (35,97%), logo seguido do PS, que teve 132 (24,86 %). Face a estes resultados, a assembleia de freguesia, com sete membros, ficará composta por três da OCP, dois do PCP e dois dos PS.
O autarca agora cessante conta que não é primeira vez que as cores políticas em Vilar de Mouros mudam por escassos votos.
"A CDU deteve a junta de 1989 até 2009 comigo à frente e, depois, interrompemos. Perdemos por dois votos em 2009 e recuperámos a junta em 2013. E ficamos até agora. Fiz mais três mandatos", conta Carlos Alves, recordando que, até 1989 e no mandato entre 2009 e 2013, a autarquia esteve nas mãos do PSD.
"Da outra vez perdemos a junta por dois votos e, desta vez, por três, o que não é perder. Não se pode dizer que a CDU foi condenada, porque a margem foi tão mínima que não me parece que tenha havido aqui um descontentamento", considera o ainda presidente de junta comunista, de 73 anos, que também presidiu à Assembleia Municipal de Caminha entre 2001 e 2004.
No futuro não pretende voltar a candidatar-se. "Já fiz oito mandatos e, com a idade que tenho, daqui a quatro anos, terei 77 e já não é idade para me meter nisso. Por outro lado, penso que já cumpri o meu dever à fartazana", disse. "Saímos muito orgulhosos do trabalho que temos realizado nesta terra, nomeadamente no acolhimento do festival. E a coragem que tivemos para adquirir novos espaços ao domínio privado para que o festival pudesse continuar porque o espaço antigo não tinha condições", concluiu.