Disputa entre irmãos em Aveiro: Alberto Souto pede a Luís para deixar presidência da Assembleia Municipal
Candidato do PS, que já foi presidente da autarquia de Aveiro, diz que não teria avançado com a candidatura se soubesse que o irmão era a aposta do PSD. E pede a Luís Souto que abandone o cargo de presidente da Assembleia Municipal.
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Alberto Souto, candidato do PS à Câmara de Aveiro nas próximas eleições autárquicas, revelou, esta quinta-feira, na sua página de Facebook, estar a viver “dias muito difíceis”, depois de ter sido anunciado que o irmão, Luís Souto, será o seu opositor pelo PSD. E garantiu mesmo que, se tivesse sabido antes qual era a escolha dos sociais-democratas, não teria avançado com a sua candidatura.
“A disputa do poder autárquico não vale mais do que um jantar de Natal. Sei que o meu irmão também pensa o mesmo. Arriscou, porém”, escreveu Alberto Souto. No entanto, no entender do ex-presidente da Câmara, que liderou o município entre 1997 e 2005, o irmão “avaliou mal a manipulação política, maldosa e mal-educada – para lá da bem-disposta e humorada que já começou – que terceiros vão fazer desta contenda”. E foi mais longe: “Eu não o teria feito”.
O candidato socialista confidenciou, ainda, que sempre gostou de ter o irmão – atual presidente da Assembleia Municipal – “como divergente político, à mesa de família”. No entanto, assume que tê-lo como "adversário político público é uma situação muito confrangedora”. “Irmão é irmão, não é adversário. Não obstante, assim o quis. Assim terá de ser. Pela minha parte, tudo farei para que possamos estar em todos os natais e páscoas sem mais feridas. Para além da cicatriz desta”, lamentou Alberto Souto.
O candidato socialista aproveitou, no entanto, para pedir ao irmão que renuncie, “imediatamente”, ao cargo que exerce na Assembleia Municipal. E dirigiu-se diretamente a Luís Souto: “É que não deves utilizar essa função para fazer campanha, como, objetivamente, já está a acontecer. Eu já o teria feito. E, afinal, seria a quarta demissão no PSD”.
Alberto Souto referia-se ao facto de, esta semana, três pessoas se terem demitido da concelhia social-democrata. Simão Santana, que liderava o PSD de Aveiro, Rogério Carlos, vogal da estrutura, e Ribau Esteves, presidente da Mesa do Plenário de Militantes, saíram por não concordarem com o facto de Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder da Comissão Política Nacional do partido, ter escolhido Luís Souto como candidato.