A direção dos Bombeiros de Lousada demitiu-se por achar não ter condições para resolver alegadas divergências entre o corpo ativo e o comandante.
Corpo do artigo
José Tavares, presidente da direção, explicou que cerca de 90% do corpo ativo de bombeiros discorda da forma como o comandante ter exercido o seu cargo, mas que também não há consenso na direção sobre o que fazer sobre a situação.
O presidente demissionário admitiu que chegou a defender recentemente a exoneração do comandante, mas essa opção não merecia o acordo de toda a direção.
Por isso, explicou, é que a direção decidiu demitir-se, na segunda-feira, para provocar a marcação de eleições. Contudo, disse ainda, a assembleia-geral ainda não comunicou se aceita o pedido de demissão apresentado esta semana pelos diretores.
"Deverá ser a nova direção a decidir o que fazer com o comandante", defendeu José Tavares, frisando que corporação não tem condições de trabalhar se não puder contar com o envolvimento do corpo ativo.
O dirigente explicou que o "mal-estar" entre o corpo ativo e o comandante não é novo e que, por isso, chegou a propor-lhe a demissão do cargo, o que foi rejeitado.
Comandante rejeita que haja desentendimentos
Contudo, em declarações à Lusa, o comandante Miguel Pacheco rejeitou que alguma vez tenha sido convidado a demitir-se.
Disse também não haver qualquer desentendimento entre o corpo ativo e o comandante, admitindo apenas que alguns bombeiros não concordaram com a recente escolha de dois adjuntos de comando. Miguel Pacheco disse que, face às resistências, a nomeação dos dois adjuntos ficou suspensa.
Sobre a posição do presidente da direção, o comandante recordou que tem o apoio de vários diretores que lhe têm pedido para se manter no cargo.
Miguel Pacheco avançou à Lusa que vai continuar no comando até que a nova direção tome posse. "Só depois decidirei o que fazer", sublinhou, recordando que não é bombeiro de carreira e que está naquela corporação "para ajudar", sem qualquer remuneração, e porque foi convidado.
O corpo ativo é formado por cerca de 80 bombeiros. Apesar da situação atual, o comandante disse poder garantir que não está comprometida a operacionalidade da corporação de Lousada.