Uma amortização de 800 mil euros resolveu problemas urgentes de tesouraria, assegurando assim o tratamento de hemodiálise a doentes renais transmontanos, no próximo mês. Mas, apesar disso, o futuro continua incerto.
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Um mês depois de a administração da TECSAM (Tecnologia e Serviços Médicos SA) - empresa que presta serviços de hemodiálise a mais de 200 doentes com insuficiência renal de Trás-os-Montes e Alto Douro contratualizados pelo Serviço Nacional de Saúde - ter denunciado que estava a atravessar uma grave crise financeira, resultante de uma dívida de quatro milhões de euros por parte de entidades estatais, que podia colocar em causa o serviço que presta nos três centros renais da região: Mirandela, Mogadouro e Vila Real, a situação está "parcialmente" resolvida.
"Foram efetuadas transferências de cerca de 10% da dívida total da Unidade Local de Saúde do Nordeste, cinquenta por cento da dívida da ARS Norte e 30% da dívida total da Unidade Local de Saúde da Guarda, que correspondem a cerca de 800 mil euros para uma necessidade de tesouraria imediata, permitindo pagar os salários do mês de novembro e os subsídios de Natal aos 150 funcionários, bem como uma pequena parte da dívida a fornecedores", revela o diretor executivo da Tecsam, Jorge Cruz.
Reunião com ministro da Saúde muito positiva
Ainda assim, como passou mais um mês e os valores de outubro estão agora a ser faturados, a dívida ainda é elevada, ultrapassando os três milhões e seiscentos mil euros, pelo que o problema estrutural mantém-se. "Para o próximo mês, ainda não temos indicação de como vai ficar esta questão, porque a solução só ficará definitivamente resolvida quando houver transferências mensais do valor mensal da faturação", sublinha.
No entanto, a Tecsam acredita que a situação vai ser regularizada, em breve, depois de um encontro com o Ministro da Saúde e o seu adjunto, na semana passada. "Foram compreensivos, tinham em cima da mesa o dossier da Tecsam, mostraram-se solidários com a nossa situação e garantiram que estão a tentar resolver o caso", revela Jorge Cruz, garantindo que, pelo menos por agora, "não está comprometido o tratamento de hemodiálise aos doentes com insuficiência renal".
O titular da pasta da Saúde garantiu, na semana passada, em Valpaços, que o assunto seria resolvido nas próximas semanas. "Haverá um apoio de tesouraria para resolver os casos mais candentes e depois haverá uma resolução estrutural para o problema no contexto da resolução global da dívida", disse Manuel Pizarro.