Freguesia do concelho de Aveiro foi alvo de um arresto de bens, por dever 26 mil euros a uma empresa multinacional
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As dívidas da Junta de Freguesia de São Jacinto, em Aveiro, ascendem a 715 mil euros. O montante foi divulgado, esta quarta-feira, pelo atual executivo, que foi eleito em novembro após a demissão do anterior, causada pelas sucessivas polémicas com o passivo da freguesia. Tal como o JN informou na segunda-feira, as instalações da Junta foram alvo de um arresto de bens, que culminou com a retirada de móveis, material informático e outros equipamentos, levados por um empresa de cobrança. Ficou apenas o necessário para a autarquia poder continuar a trabalhar.
Para esclarecer o arresto de bens, Arlindo Tavares, atual presidente da Junta de São Jacinto (eleito pela coligação "Aliança com Aveiro" - PSD/CDS/PPM), tornou público esta quarta-feira que o seu "curto mandato" ainda só deu "para apurar uma dívida que ascende a 715 mil euros". O autarca - que quando concorreu ao cargo estimava que o passivo da Junta rondasse os 350 mil euros - explicou, ainda, que conseguiu "um adiamento de quase dois meses na execução da penhora em causa". Aquela autarquia foi liderada, entre 2017 e 2022, por António Aguiar, eleito pelo PS.
"Tratou-se da operação de cobrança de 19 mil euros, de uma dívida total de 26 mil, da Junta de Freguesia de São Jacinto a uma empresa multinacional", adiantou Arlindo Tavares. "Foi com dor na alma que vivenciámos o que entendemos ser um ato legítimo, mas que representa a perda de património da nossa freguesia", sublinhou.
Só à Águas da Região de Aveiro, a Câmara de Aveiro garantiu, no ano passado, que a Junta de São Jacinto tinha por pagar "mais de 200 mil euros". As várias dívidas da Junta de Freguesia levaram a que, em 2021, a Câmara deixasse de lhe delegar competências, para evitar penhoras. Mais tarde, retirou-lhe a gestão do Parque de Campismo de São Jacinto. A sequência de acontecimentos viria a ditar a demissão do anterior presidente, António Aguiar - que havia sido reeleito nas Autárquicas de 2021 -, no último mês de julho.
"A situação da Junta é muito grave, muito pior do que esperávamos, e tem sido de uma gestão muito complexa e desgastante. Uma gestão tão desastrosa, de vários anos, não se resolve em 52 dias", lamentou Arlindo Tavares.