Duas pessoas morreram carbonizadas, ontem, domingo, na A1, próximo da estação de serviço da Mealhada. O veículo em que seguiam colidiu com outro, tendo-se incendiado de imediato. As portas ficaram bloqueadas, não tendo sido possível salvar os ocupantes. Veja o vídeo
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Faltavam poucos minutos para as 13.30 horas quando o acidente ocorreu, ao quilómetro 225, no sentido Sul-Norte. Uma testemunha presente no local assegura que as duas viaturas (um Renault 9 e um Renault Clio) terão colidido quando seguiam lado a lado, tendo-se incendiado o primeiro carro. As marcas na estrada indicam que um dos veículos terá embatido nos rails de protecção. Segundo alguns condutores presentes no local (que seguiam mais atrás), ouviu-se uma explosão e via-se muito fumo ao longe. “Foram recolhidos todos os elementos por parte do nosso núcleo de investigação, que vão fazer a análise. Neste momento é prematuro fazer qualquer tipo de avaliação”, explicou aos jornalistas Mota Pinto, do Destacamento de Trânsito da GNR, quando questionado sobre as causas do acidente.
Mota Pinto contou ainda que o veículo, após a colisão, incendiou de imediato. “As portas ficaram bloqueadas e as pessoas pararam logo de seguida, inclusivamente bombeiros que estavam presos na fila. Tentaram mas foi praticamente impossível tirar os sinistrados, que acabaram por morrer carbonizados”, descreve. No outro carro, seguiam três pessoas, que sofreram ferimentos ligeiros e foram transportadas aos Hospitais da Universidade de Coimbra.
À hora do fecho desta edição, a GNR assegurava que a identidade das vítimas mortais era desconhecida, uma vez que os documentos que estavam dentro da viatura arderam. Segundo o que foi possível apurar pelo registo de matrícula, o carro fez a última inspecção no Seixal, havendo a indicação que o proprietário será daquela zona. “Pode ser o anterior proprietário ou o actual”, disse Mota Pinto. A viatura em que as vítimas seguiam ficou praticamente irreconhecível.
O acidente levou ao corte da via no sentido Sul-Norte, durante cerca de três horas e meia, com centenas de carros parados na via. As filas atingiram cerca de dois quilómetros.
Uma condutora, que preferiu não se identificar, culpou a Brisa pela longa fila de trânsito. “Apanhei um placard a dizer ‘acidente a 12 quilómetros, desvio A17’, mas a A17 nem sequer é deste lado”, criticou a automobilista, agastada com o calor/Sol que teve de aguentar em plena A1.
O trânsito foi reaberto às 16 horas, para os condutores que estavam parados à espera que os trabalhos terminassem. Durante cerca de 40 minutos, as centenas de veículos que estavam no local circularam pela berma. A circulação na A1 foi retomada de forma condicionada por volta das 17 horas, sendo normalizada cerca de uma hora depois.
O momento de maior tensão na Auto-Estrada do Norte verificou-se pouco depois das 15 horas, quando a GNR deu passagem a um veículo conduzido por José Pedro Aguiar Branco, deputado na Assembleia da República, antigo ministro da Justiça e anterior líder parlamentar do PSD. Esta passagem motivou a ira das pessoas que se concentravam na zona obstruída e esperavam que a A1 reabrisse ao trânsito. “Desconheço esse facto, uma vez que o trânsito já estava parado há um tempo. Não posso estar a fazer qualquer consideração sobre isso”, respondeu Mota Pinto, do Destacamento de Trânsito da GNR, quando questionado sobre o polémico incidente.