Artistas da Operação Nariz Vermelho regressaram à Pediatria do Hospital de Braga para arrancar sorrisos de pais e crianças internadas.
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As caras já estão maquilhadas, a viola mais ou menos afinada, as vozes aquecidas, as batas brancas vestidas, o nariz vermelho a cobrir as máscaras e as mãos higienizadas. Cerca das 10.30 horas de terça-feira e os doutores palhaços Toni e Foguete estão prontos para espalhar humor nos serviços de Pediatria e Neonatologia do Hospital de Braga. Depois de uma ausência forçada pela pandemia, regressaram este mês, para felicidade de crianças e pais, que falam de "um momento de alegria", no meio de dias "difíceis".
"Tantos dias aqui fechada, sem nada para fazer, é difícil entretê-la. Os doutores foram uma boa distração. Até para os pais é muito bom haver estes momentos", confessa Rita Lima, mãe da pequena Mia, há três dias internada devido a uma convulsão. Num quarto ao lado, Maria João Araújo também partilha sorrisos com a filha Eva, de sete meses. Ontem, estava prestes a ter alta, mas não se esquece dos dias "angustiantes". "Estes doutores vieram trazer luz. Vou de coração cheio", afirma, sem esconder a emoção.
Dos 17 hospitais abrangidos pela Operação Nariz Vermelho, os doutores palhaços já regressaram a 10. Em Braga, tiveram uma formação junto da Unidade de Infecciologia para retomarem as atuações, que acontecem às terças-feiras. "É uma alegria, um dia diferente para os meninos, pais e profissionais", reconhece a diretora do serviço de Pediatria, Almerinda Barroso Pereira.
25 artistas
Luiza Teixeira de Freitas, presidente da Operação Nariz Vermelho, lembra que, mesmo durante o confinamento, o projeto, que conta com 25 artistas profissionais, nunca parou e disponibilizou vídeos e encontros virtuais com os utentes.
"Mas não há nada como estar de volta. E somos essenciais, porque o humor é transformador, é terapia", considera ainda aquela responsável.