Concluídas as duas hastas públicas para a ocupação dos espaços ainda vazios no Mercado do Bolhão, no Porto, duas lojas e um talho continuam desertos. Cátia Meirinhos, administradora da empresa municipal Go Porto e coordenadora do Gabinete do mercado, revelou que "estes espaços voltam a concurso público, mas ainda vai ser decidido se as lojas vão continuar nos mesmos moldes".
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Depois de no leilão de terça-feira ficarem ocupadas oito bancas, das nove disponíveis; nesta quarta-feira quatro das seis lojas foram adjudicadas. A mais cara foi arrematada por 5960 euros e tem uma área de 164,40 metros quadrados.
As lojas que ficaram sem inquilino são as de maior dimensão, e por consequência, as que implicam o pagamento de valores mais elevados: a primeira, com 166,70 metros quadrados, tem um preço-base de 6 037,46 euros; e a segunda, com 147,10 metros quadrados, chega aos 5,611,36 euros.
Dividir as lojas em módulos mais pequenos poderá vir a ser uma estratégia, confirmou a administradora da Go Porto, acrescentando que, neste momento, "a empresa vai avaliar se faz qualquer alteração, antes de avançar para outro concurso público".
As lojas licitadas destinam-se ao ramo alimentar, mas sem confeção de alimentos, não podendo ser concorrentes com as categorias de comércio de azeite, chá, café e restaurante.
Este foi o terceiro concurso público para a licitação dos espaços livres no mercado e o primeiro depois da reabertura. Do total das 79 bancas e 48 lojas, restam três vagas: duas lojas e o talho.
A empresa Grossão, que faz a distribuição de bebidas a nível nacional, vai ocupar a loja com a maior renda deste concurso público: 5960 euros.
Diogo Navarro declarou ao JN que "a empresa já tinha um interesse específico em estar presente no Bolhão, porque o mercado tem tudo para, num horizonte curto, ser um dos mais importantes polos de atração do Porto".
Abertura dos espaços
"Neste momento o mercado está quase em pleno", disse Cátia Meirinhos. Das 38 lojas existentes no exterior, apenas nove se encontram de portas abertas. No caso dos restaurantes, a coordenadora do Gabinete do Mercado do Bolhão adianta que "há quatro em obras, que devem abrir antes de terminar o ano".
"A atribuição dos espaços é feita por concurso público, e é normal que as lojas tenham as suas aberturas individualmente", explicou a administradora da empresa municipal Go Porto e coordenadora do Gabinete do Mercado do Bolhão.
"A Go Porto não consegue controlar nem fiscalizar as lojas, nem está na nossa alçada acelerar as aberturas. Nós temos feito um acompanhamento dos processos. Estamos perante um edifício classificado que exige licenciamento, o que acaba por ser um processo complexo e demoroso. Temos de aguardar que sejam submetidos os projetos, que sejam licenciados e que depois sejam feitas as obras, que são sempre responsabilidade dos particulares", acrescentou Cátia Meirinhos.
Quanto à abertura da loja que adquiriu nesta quarta-feira, Diogo avança que é difícil de prever, porque o espaço é entregue em bruto e só depois da confirmação de que ficariam com a loja, é que vão idealizar projetos. "Não queremos perder tempo, vamos abrir as portas o mais rápido possível", acrescentou Diogo Navarro.
De acordo com as informações prestadas ao JN, para os dois leilões (nove bancas e seis lojas) registaram-se cerca de 300 interessados. Na hasta pública de terça-feira participaram mais de 100 pessoas, mas nesta quarta-feira só compareceram 15.