Festival dos Canais transforma toda a cidade num palco durante este fim de semana e o próximo.
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Sentada no muro que ladeia o Largo de São Gonçalinho, em pleno bairro da Beira Mar, em Aveiro, Joana Machado, de 17 anos, acaba de assistir a uma performance de dança. No Festival dos Canais, que decorre este fim de semana e no próximo, é assim: os espetáculos acontecem no espaço público, ao alcance de todos, a várias horas do dia. E é disso, precisamente, que Joana gosta.
Desde quinta-feira que Aveiro está a ser "inundada" pelo Festival dos Canais, um evento onde várias artes têm lugar, do teatro de rua à música, passando pela dança, pelo circo contemporâneo e pelas artes visuais. "Acho que o mais importante deste festival é que as pessoas se juntam para ver espetáculos. Mesmo pessoas que, por norma, não têm tanto acesso à cultura. Aqui, é de graça, está na rua e toda a gente pode ver. Não há desculpas", sublinha Joana Machado, aveirense, que diz não perder uma edição do evento.
Pelas ruas, o movimento, por estes dias, é diferente. Há instalações artísticas permanentes em espaços públicos, há murais a serem pintados, passa a Fanfarra dos Canais - que, este ano, vai fazer 14 atuações inesperadas pela cidade - e ouvem-se com frequência vozes de várias nacionalidades. Muitas são de turistas, outras são mesmo de artistas que integram as companhias que atuam no festival.
378 artistas
No total, são 378 os artistas, de 16 nacionalidades, envolvidos em cerca de 130 performances e ações. É o caso de Suevia Rojo, uma dançarina espanhola, que vive há seis anos em Portugal e que integra a Companhia Instável, de Roberto Olivan. "Já tinha ouvido falar do festival, mas é a primeira vez que venho. Acho muito fixe que esteja a acontecer um evento assim tão grande, com tantas companhias internacionais, num sítio como Aveiro, que é uma cidade muito charmosa e bonita", refere Suevia, que quer aproveitar para assistir às performances de outros colegas.
E uma das suas escolhas vai para a atuação dos seus conterrâneos da Nova Galega de Danza, que atuam hoje, às 19 horas, no Parque da Cidade - Baixa de Santo António.
Para este domingo, do programa do festival constam os espetáculos, por exemplo, "Chef Nature", de Markeliñe (teatro de rua, às 15.30 horas, no Parque Infante D.Pedro), "Corpo de Sal", de Lara Pereira e Malgorzata Sus (dança, às 18 horas, no Ecomuseu da Marinha da Troncalhada), e "UR", de Haatik.Dantza (dança, também às 18 horas, na Praça Marquês de Pombal). Há ainda teatro, nos claustros da Igreja da Misericórdia, às 18.30 horas, com "As sete vidas da argila - Como Boca de Barro ganhou o seu apelido", e música, às 19.30 horas, no espaço exterior da Fábrica Centro de Ciência Viva, com Carapaus Orkestra, entre outros espetáculos.