Balanço de três décadas na cidade pioneira na Sétima Arte: nenhuma sala nova, só duas renovadas, quase 30 encerradas. Multiplicação de salas em centros comerciais da periferia e streaming ajudam a explicar a situação.
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Nas últimas três décadas, o Porto perdeu mais de duas dezenas de salas de cinema. Neste período de tempo, não ganhou nenhuma, a não ser os renovados Trindade e Batalha (ler página ao lado). Além destas, permanecem com sessões contínuas apenas sete espaços, no Alameda Shopping. Com exibições esporádicas, funcionam o Cine-Estúdio do Teatro Campo Alegre o Passos Manuel, a Casa das Artes, o Rivoli e a Sala-Estúdio Perpétuo.
A onda de encerramentos de cinemas no Porto ganhou força durante a década de 1990. De então para cá, praticamente todas as salas da cidade acabaram por ter o mesmo destino, fechando portas e nunca mais as reabrindo. Se algumas foram reconvertidas para outros fins, como o Águia D"Ouro, agora um hotel, o Cineteatro Vale Formoso, transformado em templo da IURD e depois novamente abandonado, ou o Cinema Nun"Álvares, espaço musical que acolhe Hot Five Jazz & Blues Club, outras saíram mesmo da paisagem urbana. É o caso do Cinema do Terço, inaugurado em 1965 na Rua de João Pedro Ribeiro, junto à Praça do Marquês de Pombal, que cessou em 2003 e seis anos depois foi demolido para a construção de um parque de estacionamento.