Braga lidera rede europeia de partilha de experiências. Conciliação com o quotidiano dos residentes é fulcral.
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Pensadas sobretudo para serem funcionais durante o dia, dez cidades juntaram-se numa rede europeia, que é liderada por Braga, com o objetivo de debater estratégias para tornar a vivência urbana durante a noite mais sustentável e equilibrada. Conciliar as preocupações da população residente com a atividade económica e turística que se desenvolve no período noturno foi um dos principais desafios identificados no primeiro encontro da rede “Cities After Dark”, realizado no Theatro Circo, em Braga, com a presença de especialistas da área e de representantes das cidades de Paris e de Tallinn.
“Temos de fazer da noite um espaço de confiança, onde as pessoas possam interagir de forma positiva e contribuir para mudanças que beneficiem as cidades e o ambiente urbano”, defendeu Simone d’Antonio, especialista em desenvolvimento urbano sustentável, considerando “fundamental” que as comunidades locais e todas as partes interessadas sejam envolvidas nesta discussão. Em Paris, por exemplo, já desde 2014 que o município tem um pelouro específico para definir as políticas da vida noturna, conforme explicou o representante da capital francesa. Thierry Charlois sublinhou que a necessidade foi identificada tendo em conta a existência de “muitos bares, que faziam muito barulho” e originavam queixas dos residentes, o que levou os responsáveis da cidade a “envolver todos os interessados”, nomeadamente os moradores, os empresários, a Polícia e os sindicatos da área.