O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, reconheceu, esta sexta-feira, a importância da construção de uma plataforma para receber navios-hotel no Cais do Cavaco. Ainda assim, o autarca considera necessário "ajustar" o projeto, uma vez que "o impacto é significativo".
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Recordando que "a Câmara de Gaia assumiu, já em dois momentos, estudar" a construção de um terminal para navios-hotel no Cais do Cavaco, em Gaia, o autarca Eduardo Vítor Rodrigues reconhece a importância do projeto para o município. "Acho mesmo que aquele cais faz sentido", asseverou, ainda que sugerindo, no futuro, "polos um bocadinho mais distribuídos em vez de uma mega concentração".
Ainda assim, admite ser necessário "ajustar" o projeto "porque, de facto, o impacto é significativo". "Mas acho também que ninguém pode esperar que uma obra pública daquela importância para a cidade e para o concelho, seja discutida na base de 'eu estou a perder as minhas vistas para o rio'. Acho que é uma abordagem infeliz", observou o autarca à margem da reunião de Conselho Metropolitano do Porto, que decorreu esta sexta-feira.
A própria Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em resposta ao JN em junho, admitiu introduzir ajustes ao projeto após a Declaração de Impacto Ambiental (DIA), emitida esta quinta-feira pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Os moradores do Cais do Cavaco estão "frontalmente contra" a construção do edifício naquele local em específico, considerando não existir fundamentação "que sustente a necessidade de um projeto desta envergadura".
"Não estamos perante nenhum crime ambiental"
"Aquilo que pretendemos é garantir o mínimo de impacto do ponto de vista ambiental, paisagístico e a salvaguarda das pessoas até ao limite do que for possível salvaguardar", clarifica o presidente da Câmara, acrescentanto que irá fazê-lo "por escrito", tendo agora o "conforto" do parecer favorável condicionado emitido pela APA.
Podendo utilizar este projeto para "valorizar outros espaços", o presidente do Conselho Metropolitano do Porto nota a existência de uma "margem [no território] para se criarem polos um bocadinho mais distribuídos em vez de uma mega concentração".
"Vamos ver. Mas, neste momento, é muito importante perceber que estamos a trabalhar sobre um projeto de um grande arquiteto, que é o arquiteto Álvaro Siza, e que não estamos perante nenhum crime ambiental, pelo menos de acordo com o que a APA diz", concluiu o autarca gaiense.