A EDP anunciou, hoje, o lançamento do concurso para a construção da barragem de Foz Tua, entre Carrazeda de Ansiães e Alijó. O projecto representa um investimento de 300 milhões de euros e deverá criar 4000 empregos directos (1000) e indirectos (3000).<br />
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Até ao próximo mês de Outubro, a EDP vai receber as propostas dos interessados na construção do aproveitamento hidroeléctrico. A adjudicação deverá ocorrer até ao final deste ano, mas nunca antes de o Governo aprovar o Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE). Neste documento é explicado o conjunto de medidas de compensação que a eléctrica está obrigada a assegurar pela Declaração de Impacte Ambiental (DIA), emitida no passado mês de Maio, nomeadamente uma alternativa à linha ferroviária do Tua, que ainda está a ser estudada, e a criação de uma agência de desenvolvimento regional.
Apesar disso, a EDP prevê que as obras de construção da barragem do Tua possam arrancar ainda “no final do ano em curso”, devendo a empreitada ficar concluída “no início de 2015”.
A albufeira do aproveitamento hidroeléctrico vai submergir os últimos 16 quilómetros da Linha do Tua, cortando definitivamente o acesso por comboio entre Mirandela e Foz-Tua, em Carrazeda de Ansiães. O fim daquela via férrea tem sido o grande cavalo de batalha do autarca mirandelense, José Silvano, contra a barragem.
Ultimamente, o edil carrazedense, José Luís Correia, exigiu à EDP um milhão de euros como compensação pelos prejuízos que a construção da barragem do Tua vai causar ao concelho. Alijó, Murça e Vila Flor são os outros municípios abrangidos e reivindicaram compensações justas para os proprietários que forem afectados pela barragem.
O novo empreendimento será constituído por uma barragem em betão, do tipo abóbada, por uma central subterrânea em poço e terá uma potência total de 263 Megawatt, prevendo-se uma produção bruta anual de 619 GWh.