A assembleia-geral do Eixo Atlântico aprovou, esta terça-feira, a adesão de dois novos municípios, os galegos Betanzos e Vilalba, chegando assim aos 40 elementos do Norte de Portugal e Galiza.
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Na reunião realizada em Viana do Castelo, Capital da Cultura do Eixo Atlântico em 2025, o autarca local, Luis Nobre, anunciou que aquele município acolherá a instalação de um Centro de Interpretação alusivo à associação transfronteiriça, a que também preside atualmente.
O espaço mostrará ao público, em particular ao estudantil, os 33 anos de história da agregação de municípios, constituída formalmente a 28 de setembro de 1992, com uma assembleia fundadora que contou com a presença de Mário Soares, enquanto presidente da República.
"Viana do Castelo marca a história do Eixo Atlântico. A assembleia de fundação ocorreu na nossa cidade. Tivemos momentos de grande reivindicação e de vitórias nesta cidade e, nesse sentido, é lógico para nós que [esse Centro de Interpretação] se concretize", declarou Luís Nobre, no final da assembleia realizada na pousada de Santa Luzia, um dia após a abertura oficial da Capital da Cultura do Eixo Atlântico de 2025. A sessão serviu também para aprovar contas e um orçamento de cerca de cinco milhões de euros para o corrente ano.
A criação do Centro Interpretação do Eixo Atlântico não constava da ordem de trabalhos, mas foi proposta pelo autarca de Viana do Castelo, no final da reunião, onde também enalteceu a adesão de Betanzos e Vilalba. "O Eixo Atlântico está sempre em crescendo. Tem sido uma plataforma dinâmica. O projeto europeu é um projeto de regiões e nós concretizamo-lo na plenitude", comentou. "A resiliência temporal [da associação] coloca desafios mas também confere respeitabilidade, que sentimos no processo de internacionalização que está a ocorrer", acrescentou.
Além disso, defendeu que a instituição "gera saber, tem competências técnicas e humanas únicas que podem ser disseminadas, quer no plano dos dois países da Península Ibérica, mas também no plano europeu e até mundial", referiu. Esta "estratégia de internacionalização" também foi destacada na assembleia de hoje, nomeadamente com a futura colaboração com Cabo Verde e México, além das já existentes com Cuba, Argentina, Brasil e Uruguai.
Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico, comentou o facto de os novos membros Betanzos e Vilalba serem municípios geridos por "alcaldesas". "Ajuda-nos no caminho da igualdade de género nos orgãos diretivos". Aquele responsável enalteceu, de resto, "a notícia maravilhosa" da criação de um Centro de Interpretação em Viana do Castelo, dada a possibilidade de ter um espaço para acolher "toda uma história" de mais de três décadas. "Ser na cidade onde nasceu [a associação Eixo Atlântico] parece-me uma ideia extraordinária", declarou. "Temos muita documentação, muita gente a fazer trabalhos de doutoramento, de investigação, que vem aos nossos escritórios para consultar os arquivos. Temos muitos milhares de páginas em volumes anuais, de todos estes anos, de notícias, vídeos, gravações de rádio. Isso é uma fonte primária de investigação. Temos biblioteca e toda a coleção de quadros de 30 anos de bienal", enumerou, reconhecendo que seria uma pena "não ter um espaço".