O "El Corte Inglés" aceitou pagar à Infraestruturas de Portugal além dos 20 milhões de euros pelo direito de superfície dos terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista para viabilizar o projeto para aquele local.
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Além de admitir que vai pagar mais pelo projeto da Boavista, o diretor-geral do "El Corte Inglés", Enrique Hidalgo, afirmou que o grupo espanhol cedeu três partes do terreno: uma a favor da Câmara do Porto (que se destinará a um parque verde), uma para a Metro do Porto construir a sua sede e uma última à Infraestruturas de Portugal (IP), proprietária dos terrenos.
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"Vamos pagar mais, isso já está certo. O processo de fixação do preço definitivo está concluído", disse Enrique Hidalgo, ao jornal "Expresso". O aumento de preço decorre de uma revisão dos termos do contrato celebrado em 2000 com a IP. O Pedido de Informação Prévia (PIP) apresentado pelo grupo espanhol à Câmara do Porto em 2019, segundo o presidente da IP, António Laranjo, alterava "substancialmente" as prorrogativas do contrato inicial.
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Entretanto, o "El Corte Inglés" avançou com o pedido de licenciamento junto da Câmara do Porto, que já está a ser analisado pelo Município. O grupo espanhol também abriu um concurso para o projeto de arquitetura do centro comercial. Está prevista ainda a construção de um hotel e de um edifício para habitação, comércio e serviços.
O investimento no "grande armazém" custará "centenas de milhões de euros" e servirá de complemento à oferta da loja de Gaia, que irá manter-se aberta, garantiu no ano passado, ao JN, o diretor-geral do grupo, Enrique Hidalgo.
"Elevadíssima probabilidade" de avançar com o projeto
O diretor-geral acredita que é quase certo que o projeto vai avançar. "A 26 de setembro demos um passo de gigante, porque consolidámos o PIP inicial, que tinha sido aprovado um ano antes pela Câmara. Não se pode dizer que o projeto seja já irreversível, mas há uma altíssima probabilidade de o conseguirmos levar a cabo", referiu Enrique Hidalgo.
"Tendo sido consolidado o PIP, que foi aprovado pela Câmara, é muito difícil o pedido de licenciamento ser chumbado. Estamos em contacto permanente com o vereador do Urbanismo para ajustar onde ficará o parque de estacionamento, quantos lugares vai ter, compatibilizá-lo com a ampliação da linha de metro que passa por ali, mas essa é a parte mais técnica. Quanto à parte empresarial do projeto, não creio que haja modificações", clarificou o diretor-geral do grupo espanhol.