Durou apenas oito dias o "lay-off" na Albarrada Têxteis, indústria têxtil sediada em S. João de Ver, Feira. A empresa adaptou a sua laboração e passou a produzir equipamentos de proteção individual para o Hospital S. Sebastião e instituições do concelho.
Corpo do artigo
Dedicada à produção de lençóis, jogos de cama, batas para escolas e uniformes de trabalho, a Albarrada Têxteis foi confrontada com o cancelamento das encomendas devido à pandemia de Covid-19.
12086537
A administração da empresa decidiu encerrar a laboração e colocar os trabalhadores em "lay-off". "Não havia encomendas e receávamos também os riscos de contágios para os trabalhadores", explicou, ao JN, a empresária Vânia Sousa.
Contudo, o desafio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira para que a empresa adaptasse o seu fabrico à produção de equipamentos de proteção individual (EPI's) garantindo, desde logo, várias encomendas, alterou o rumo do "lay-off".
12103408
"A Câmara ligou-nos a perguntar se tínhamos material hospitalar descartável, que fazia falta no hospital e nas instituições do concelho. Só fazíamos batas normais e decidimos ir ao mercado tentar encontrar uma solução alternativa", explicou.
Em pouco tempo, "conseguimos um tecido impermeável, reutilizável e apto para ser usado em ambiente cirúrgico", adiantou a empresária, explicando que, desta forma, as batas podem ser "lavadas a 60º e novamente utilizadas".
A Câmara Municipal aceitou a sugestão e encomendou várias peças para serem distribuídas pelo Hospital S. Sebastião, lares e outras instituições do concelho.
Desde então, estão a ser produzidas nesta empresa batas hospitalares, máscaras reutilizáveis e mangas.
Acresce, ainda, a produção de lençóis destinados às camas que estão disponíveis em vários locais e que vão receber doentes com Covid-19.
"Pelo menos até final de maio temos garantida a produção para as encomendas da Câmara Municipal", concluiu Vânia Sousa.