O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED) admitiu esta segunda-feira que os protestos poderão voltar às ruas de Ponte de Lima "a qualquer momento", caso as regras para adjudicação do terrado das Feiras Novas não sejam alteradas.
Corpo do artigo
"Estamos abertos ao diálogo, mas desde que as regras sejam justas e transparentes e respeitem o direito de concorrência e o princípio da igualdade de oportunidades. As que vigoram em Ponte de Lima não são lícitas nem justas e, por isso, não as podemos aceitar", disse, à Lusa, Luís Paulo Fernandes.
A Associação Concelhia das Feiras Novas está a negociar a atribuição do terrado individualmente, adjudicando à melhor oferta.
A APED pretendia negociar directamente com a Associação Concelhia das Feiras Novas, oferecendo 30 mil euros por ano pelo terrado e gerindo depois internamente a atribuição dos lugares.
Depois de uma série de manifestações no penúltimo fim-de-semana, a APED tinha novas medidas de protesto agendadas para sábado e domingo em Ponte de Lima, mas decidiu cancelá-las, "por respeito aos limianos".
"Vamos ficar à espera, mas posso dizer que há já muitos associados a viver momentos de grande ansiedade, com esta incerteza quanto às Feiras Novas. A qualquer momento, podem voltar a ver-nos nas ruas de Ponte de Lima", advertiu Luís Paulo Fernandes.
O presidente da Associação Concelhia das Feiras Novas, cujo presidente, Franclim Sousa, é também vereador na Câmara de Ponte de Lima, já explicou que na origem deste protesto está apenas um empresário de pistas de carrinhos para adultos.
"Num dia, esse empresário apresentou-nos uma proposta de seis mil euros e no dia seguinte um outro empresário apresentou-nos uma proposta de oito mil. Em defesa dos interesses da associação de festas, a melhor oferta foi aceite. Quem dá mais, fica com o lugar", explicou.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Ponte de Lima, Victor Mendes, voltou a admitir esta segunda-feira que na edição deste ano das Feiras Novas poderá não haver carrosséis, caso a APED "não se predisponha" para o diálogo.
"Quando falo em diálogo, quero dizer diálogo mesmo, e não uma postura de quero, posso e mando", disse o autarca, reiterando que não aceita que a APED "queira impor as suas regras a Ponte de Lima e ao terrado das Feiras Novas".