A Câmara de Alfândega da Fé está a entregar a exploração das duas empresas municipais a privados, uma estratégia para reduzir a divida da autarquia, uma das mais endividadas do país.
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O município detém duas empresas, a EDEAF (Empresa de Desenvolvimento Económico de Alfândega da Fé) constituída por várias unidades como a queijaria, a Alfapack (embalamento de produtos agrícolas) e a Alfadoce (confecção de compotas de fruta). A outra é a Alfandegatur que gere o Hotel-SPA. A gestão da queijaria já foi entregue à Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé, a Alfapack vai ser extinta: "Vamos passar todo o equipamento de embalamento para a Cooperativa Agrícola", explicou Berta Nunes, presidente da Câmara.
A unidade de confecção de compotas, a Alfadoce, passou no dia 1 de Junho para as mãos da empresa '100% Trás-os-Montes' que comercializa produtos alimentares da região. A Alfamel, tem o concurso de entrega de exploração a privados ainda a decorrer.
A decisão de entregar as empresas municipais à exploração de privados tem como objectivo viabilizar a EDEAF, que se encontra em má situação financeira.
A Câmara vai abrir também um concurso para concessionar ou vender a Alfandegatur, que nos últimos dois anos, com a transformação da estalagem em Hotel SPA, melhorou a situação financeira. "Duplicou a facturação e o SPA tem uma taxa de ocupação superior a 70%", referiu a edil, mas continua a ter uma dívida acumulada de dois milhões de euros.
"Estamos a reestruturar o passivo, se for pago em 20 anos, os encargos mensais vão ser reduzidos", sublinhou. "Há privados interessados, além de que o município não tem vocação para gerir empresas, pelo menos um hotel", frisou Berta Nunes, que defende que a autarquia tem de se concentrar na recuperação financeira e na dinamização de outros projectos.