As empresas de Ovar vão ter três dias para poder expedir as mercadorias que possam ter em armazém. A medida foi tomada após pressão dos empresários que acumulam prejuízos significativos desde que foi decidida a implementação do cordão sanitário no município vareiro.
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Toneladas de produto acabado estão armazenadas em muitas empresas do concelho de Ovar, desde o fecho repentino da laboração, no dia 18 de março, devido a medidas impostas para contenção da Covid-19.
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Para além de não poderem continuar com a normal produção, a grande maioria dos empresários não teve tempo para enviar para o exterior os produtos que estavam já produzidos, com datas de entrega aos clientes previamente definidas, e que podem representar uma forma de minimizar os problemas financeiros que começam a fazer-se sentir.
"Para nós, a saúde pública está em primeiro lugar. Mas a Câmara é também sensível às medidas extremamente musculadas em relação às indústrias no município de Ovar", adiantou, ao JN, Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal.
O autarca afirma que não fica indiferente à "gravidade do impacto nas empresas e os enormes prejuízos que estas estão a ter furto do cerco sanitário".
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Informa que se realizou uma reunião entre a autarquia e os empresários e que, em articulação com as autoridades de saúde pública, "foi decidido criar uma janela de oportunidade para os empresários expelirem os seus produtos", mas, "sem aumentar o risco de contágio", ressalva.
Salvador Malheiro diz que esta abertura ao longo dos próximos três dias (27, 30 e 31), "será feita com regras estreitamente rígidas, não havendo qualquer risco de contaminação pelo vírus", fez questão de reiterar.
O presidente lembra, ainda, que esta abertura temporária "não permite às empresas trabalharem. Terão que continuar fechadas", alertou.