O único município sitiado do país precisa de profissionais de saúde. O autarca de Ovar, Salvador Malheiro, fez um apelo direto nas redes sociais.
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"Estamos a precisar de médicos, enfermeiros e auxiliares para nos ajudar aqui em Ovar", referiu numa publicação, onde pediu que os profissionais respondessem via Facebook. O concelho conta 72 casos de infeção por Covid-19 e já registou duas mortes.
No município onde foi declarada situação de calamidade pública, multiplicam-se as estruturas destinadas a cuidados de saúde. A Pousada da Juventude de Ovar foi adaptada e está preparada para funcionar como Centro de Vigilância Ativa de infetados com o novo coronavírus, que não necessitem de internamento hospitalar, mas que não disponham de condições no domicílio para fazer a quarentena.
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O centro terá apoio médico e de enfermagem para monitorização e vigilância dos infetados. Outra medida anunciada este domingo pela Autarquia passa por transformar algumas áreas do hospital de Ovar num Hospital Covid-19, "com capacidade para acolher e tratar infetados do concelho que necessitam de cuidados médicos, sem ser intensivos". Malheiro anunciou que a unidade já está preparada para receber 21 infetados.
Também já a partir de segunda-feira, o Centro de Saúde vai funcionar como um centro de triagem da doença. Segundo Salvador Malheiro, a situação em Ovar "é grave". "Temos que nos preparar, o melhor que soubermos e pudermos, para prevenir, mitigar e tratar desta pandemia. Assim, estamos a trabalhar, em conjunto com o Hospital de Ovar, o ACES Baixo Vouga, a ARS-Centro e com a própria Ministra da Saúde, para podermos triar e, fundamentalmente, tratar com os melhores cuidados possíveis todos os nossos munícipes infetados", afirmou o autarca, que acrescentou que Ovar terá "um verdadeiro centro de Covid".
Também junto ao hospital vareiro está já instalado, desde sexta-feira, um hospital de campanha para aumentar os testes aos casos suspeitos. Já testou mais de 40 pessoas e amanhã fará mais 80 testes. "Uma das nossas estratégias é fazer o máximo número de testes, o mais rapidamente possível. Não iremos ter lista de espera no que respeita às necessidades de testes", garante o autarca.
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O número de infetados no município continua a subir diariamente. Nas redes sociais, há imagens de varandas num concelho cercado com cartazes pintados por crianças onde se lê a frase "Vai ficar tudo bem".
A situação de calamidade pública para Ovar foi declarada terça-feira, por haver indícios de transmissão comunitária ativa e generalizada. A cidade está cercada por agentes em 70 pontos, só atravessam profissionais de serviços essenciais. O comércio está fechado, a indústria parada. Supermercados, padarias, farmácias, bancos ou postos de combustível estão abertos. Ovar está em quarentena pelo menos até 2 de abril.