Sindicato insiste que Urgência Pediátrica funciona abaixo dos "mínimos exigíveis por lei". Pede mais reforços e volta a alertar para "risco de rutura" no serviço.
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O Sindicato dos Enfermeiros (SE) regista o reforço do Serviço de Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE) com mais quatro profissionais, contratados no decurso da última semana, mas volta a alertar para "o risco de rutura" no atendimento e nos cuidados de enfermagem. Fonte da Administração do hospital manifesta "abertura para dialogar com todos os sindicatos e parceiros, na procura de soluções para as dificuldades".
Na semana passada, Pedro Costa, presidente do SE, já tinha denunciado "a sobrecarga de turnos e o número limitado de profissionais" na Urgência Pediátrica do CHVNGE. Após nova reunião com os congéneres, decorrida esta sexta-feira, o sindicalista assinalou a contratação de quatro profissionais, mas continuou a verificar a limitação no atendimento e na prestação de cuidados de enfermagem.
"Deviam ser 40. São 25. Houve reforço de quatro elementos, mas, mesmo assim, o serviço continua a funcionar abaixo dos mínimos exigidos por lei para funcionarem 24 horas por dia. O serviço continua em risco de rutura. Devia funcionar com seis enfermeiros por turno, funciona com três, sendo que um destes está na triagem, outro nas áreas médicas e outro na sala de emergência. E se um deles tiver de acompanhar um doente à Cirurgia Pediátrica, que é no Hospital de S. João, no Porto, ficam apenas dois no serviço. E se houver uma situação de maior urgência pode-se dizer que há áreas que ficam abandonadas", disse Pedro Costa.
Metade do pessoal de baixa
Emília Mota, enfermeira da Urgência Pediátrica, conta como "janeiro foi um mês horrível" e como "a equipa está cansada e desmotivada" por uma situação igualmente causada pela pandemia. Segundo o SE, só entre 8 e 22 de janeiro, 50% dos enfermeiros do serviço estiveram de baixa por estarem infetados com covid-19.
De reunião desta sexta-feira, o SE não transmitiu nenhuma conclusão ao CHVNGE. Na semana passada, a Administração negou "qualquer sobrecarga da Urgência Pediátrica, que coloque em causa a segurança dos doentes e a qualidade na prestação de cuidados de enfermagem".
"Estamos cientes das necessidades e a realizar todas as diligências para o reforço das equipas, dentro do quadro legal em vigor. Exemplo disso, foram contratados 262 enfermeiros em regime "covid". Destes, 55 já foram convertidos em contratos sem termo. Outros 22 estão em processo de conversão. Também esteve em curso em janeiro e até passado dia 2 a Bolsa de Recrutamento de Enfermagem. O CHVNGE recebeu 1175 candidaturas", disse ao JN fonte do CHVNGE.