As obras de requalificação da Escola Secundária Emídio Navarro, em Viseu, custaram mais de 10 milhões de euros, mas 12 anos após da intervenção o estabelecimento de ensino continua com problemas. A manutenção não é feita pela empresa pública Parque Escolar há quatro meses e com isso as situações pioraram.
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O aquecimento não funciona em todo o edifício. Há blocos, como o dos serviços administrativos e o da biblioteca sem calor. "O aquecimento só funciona de forma parcial. O equipamento não está a responder e temos blocos que não estão aquecidos. Nesses sítios tem que ser com aquecedores, o problema é que se ligamos aquecedores a mais o quadro elétrico não aguenta e vai abaixo", adianta José Rosa, diretor da Secundária Emídio Navarro.
Os problemas não se ficam por aqui. As janelas de madeira, viradas para o interior da escola, que não foram trocadas há mais de uma década deixam entrar ar e chuva. As que estão viradas para a rua, são de alumínio e estão boas.
As chuvas dos últimos meses acentuaram ainda mais as infiltrações, que afetam vários espaços no estabelecimento de ensino, como a biblioteca, onde há baldes a apanhar a água.
Erros de construção
Cá fora também há erros de construção. Os campos de jogos ficam inundados sempre que chove e algumas partes do piso apresenta buracos.
"A segurança dos alunos fisicamente não está em causa, tentamos evitar que chegue a esse ponto", afirma José Rosa, sublinhando que todas as "situações estão reportadas há vários anos e continuam por reparar" por falta de vontade política.
Ao JN, a Parque Escolar confirma que a Emídio Navarro ficou sem serviços de manutenção, contratados externamente, em outubro, contando a empresa pública, após autorização do Governo, que o serviço volte a ser executado "entre o primeiro e o segundo trimestre de 2023".
Quanto ao aquecimento, a Parque Escolar diz que "recentemente identificou a necessidade de substituição de um dos equipamentos do sistema de aquecimento do bloco A da escola, tendo já iniciado o procedimento de contratação para a aquisição desse equipamento".
As janelas com problemas estão "em vias" de ser mudadas "por apresentarem sinais de desgaste provocado pela utilização e exposição às condições climatéricas desta zona do país".
A Parque Escolar sustenta ainda que as "chuvas intensas das últimas semanas" expuseram "algumas fragilidades no sistema de isolamento de algumas coberturas", tendo sido também "detetado um elevado número de telhas deslocadas ou partidas". "Estas situações foram prontamente identificadas e resolvidas", garante, salientando dar "prioridade absoluta às questões relacionadas com a segurança de pessoas e bens".
A Secundária Alves é frequentada por mas de 1.400 alunos do 7º ao 12º anos de escolaridade. Tem mais de 160 professores e 30 funcionários.