O internato de cerca de 10 por cento dos alunos e de 30 % dos docentes da Escola Profissional de Fermil, em Celorico de Basto, contribui para "o sucesso pedagógico" do estabelecimento de ensino.
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"Obviamente que ao termos internato, enquanto outras escolas profissionais não o têm, isso aumenta a nossa capacidade de atractividade de alunos de concelhos mais afastados da nossa escola e também de professores", disse hoje, sexta-feira, à Lusa o director da escola Fernando Fevereiro.
Na escola, foram matriculados este ano lectivo cerca de 250 alunos, 25 dos quais estão ali internados graciosamente, dormindo e fazendo todas as refeições, de segunda a sexta feira.
No ano letivo passado terminaram a sua formação quatro turmas e, este ano, começaram cinco turmas novas, comprovando, segundo Fernando Fevereiro, "a vitalidade do estabelecimento, cujo prestígio é reconhecido em toda a região".
Também nove dos 30 professores do quadro, sobretudo os que vêm de mais longe, estão alojados em instalações da escola, pagando apenas "um valor simbólico".
Segundo o responsável, tem sido possível assim assegurar uma "grande estabilidade" do corpo docente, o que, observou, "é muito importante" numa escola profissional situada numa pequena localidade, com acessos rodoviários difíceis, como Fermil de Basto, a cerca de oito quilómetros da sede do concelho.
Para o estabelecimento, esta vantagem do alojamento revela-se decisiva no processo actual de grande concorrência com outras escolas profissionais da região e até com as do ensino regular (escolas secundárias) que estão também a apostar nos cursos de matriz profissional.
"É claro que essa é uma vantagem para alunos e professores", admitiu Francisco Fevereiro à Lusa.
Outro pormenor que o director da Escola Profissional de Fermil (EPF) realçou é a forte componente prática desta escola, porque os seus alunos, nomeadamente os dos cursos de produção agrária e qualidade alimentar, podem pôr em prática na quinta do estabelecimento de ensino, com 23 hectares, os ensinamentos recebidos nas aulas teóricas.
Na quinta, há 25 cabeças de gado a produzir leite, 1,9 hectares de cultura de quivi, 11 hectares de produção de milho e nove hectares de vinha.
Outro elemento que concorre para a vitalidade da EPF é o facto das autarquias da região de Basto (Celorico, Cabeceiras, Mondim e Ribeira de Pena), que estiveram na origem da escola em 1972, ainda hoje manterem uma relação de proximidade, assegurando o transporte escolar diário aos alunos com origem nesses municípios.
Além disso, os alunos participam regularmente em estágios em Franca através de protocolos com escolas congéneres daquele país.
Segundo a EPF, cerca de metade dos alunos que terminam o 12º ano (nível III) seguem a via profissional, acabando na maioria dos casos por conseguirem emprego em explorações agrícolas, algumas do centro e sul do país, ou em empresas ligadas a outros sectores, seguindo os restantes vão para o ensino superior.