Poucos clientes com certificados, muitas reservas canceladas e alguns autotestes realizados nas ruas do Porto não salvam prejuízos.
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O bom tempo ajudou a encher esplanadas nos restaurantes do Porto no primeiro dia de exigência de certificado digital covid-19 ou teste negativo a quem quisesse jantar no interior dos estabelecimentos. Salas quase vazias, quebras superiores a 50% no negócio e poucos clientes dispostos a adquirir e a realizar autotestes marcaram a noite de sábado.
"Tivemos muitos cancelamentos. Normalmente, estamos cheios e nem a 50% vai chegar", lamentou o responsável do restaurante Subenshi. Uma das salas de espera foi convertida em sala de autotestes e duas clientes acederam a fazê-lo.
"Sabia que teria de fazer o teste", explicou Natacha Rocha, de 31 anos. A residente no Porto correu "três farmácias, mas os testes estavam esgotados, por isso acabou por ser a amiga a conseguir adquiri-los, em Vila do Conde. "É preciso monitorizar a covid-19, não sei é se esta medida é fiável", avaliou.
Ali perto, na Praça de Parada Leitão, José Silva foi "convidado" a mudar-se para a esplanada, depois de ter comprado o jornal e se ter sentado para beber uma cerveja e comer tremoços, por volta das 19 horas. "Tenho as duas vacinas e mostrei os cartões da vacinação, mas disseram-me que só com o certificado podia ficar lá dentro", explicou o reformado. "Já pedi o certificado, mandaram-me uns códigos para o telemóvel. Não sei o que fazer a seguir", contou.
A noite amena levou muitos turistas e portuenses à Baixa, convidando a ficar nas esplanadas. As salas dos restaurantes permaneceram quase vazias e as filas para jantar aguardavam por mesa ao relento.
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"Temos testes a 5€ para quem quiser, mas preferem esperar", revelou Cláudia Torres, gerente de um restaurante na zona de Carlos Alberto. As 18 mesas da esplanada tinham fila de espera, as 10 do interior tinham apenas "um casal".
Elvira, Águeda e Daniel, três espanhóis de Santander e Madrid, não tiveram problemas em fazer o autoteste na rua. "Quando telefonámos a fazer reserva fomos avisados que era preciso", revelou Elvira, enquanto esperava o resultado do teste de 2,90€. "Vai dar negativo", assegurava. "Isto é como os testes de gravidez, se estiver aparece logo", brincava.
Noutro restaurante, o gerente Pedro Garcez não conseguiu adquirir testes para os clientes, por isso estimava uma quebra de 70% na faturação. "Tenho ocupadas cinco de seis mesas na esplanada e apenas uma no interior, mas temos de cumprir a lei", lamentou.