A Câmara de Braga aprovou, esta segunda-feira, o novo tarifário do parque de estacionamento do Hospital de Braga, gerido pela sociedade Escala Braga, que prevê um aumento generalizado dos preços, nomeadamente, mais 50 cêntimos no valor máximo diário, passando para 5,5 euros. Os primeiros 15 minutos, que deixaram de ser gratuitos durante a pandemia, passam a custar 30 cêntimos.
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A Oposição votou contra a proposta na reunião desta segunda-feira. O presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que a votação tratou-se "de um formalismo".
"A nossa aprovação do tarifário não tem a ver com a concordância com o tarifário, mas com o cumprimento dos requisitos legais. O modelo de gestão foi um modelo errado que tem vindo a prejudicar os profissionais e os utentes", asseverou o autarca, à margem da reunião do Executivo, reconhecendo que "a supressão do período de tolerância dos primeiros 15 minutos é algo que penaliza ainda mais" a população que acorre ao equipamento.
Para Hugo Pires, vereador do PS, a maioria PSD/CDS-PP "sacudiu a água do capote ao dizer que estão apenas a aprovar procedimentos". O socialista acusou Ricardo Rio de apresentar argumentos "frágeis para votar a favor" da proposta e considerou que "era prudente a Câmara ter uma atitude pedagógica, perante a administração [da sociedade], para a alertar para o aumento de 10% [no valor máximo diário], que é brutal".
Às vezes, os médicos fazem greve e, pelo menos, não pagávamos para estacionar
"Só cobrar o estacionamento é desprovido do sentido de utilidade pública", acrescentou a vereadora da CDU, Bárbara Barros.
Os utentes concordam com as críticas, mas a indignação é ainda maior no que toca ao fim da gratuitidade dos primeiros 15 minutos de parqueamento. "Às vezes, os médicos fazem greve e, pelo menos, não pagávamos para estacionar", exemplificou Laurentina Pereira.
Já Tiago Ribeiro, outro utente natural de Guimarães, considerou que as alterações ao tarifário "vão originar mais estacionamento abusivo que põe em risco a assistência hospitalar". "Se fosse mais acessível, não havia zaragatas como, às vezes, se vê à porta do hospital", concluiu o jovem.