A estalagem Santiago, na marginal de Gondomar, junto ao rio Douro, serve, desde este sábado, de casa para cerca de 80 ucranianos. A chegada aconteceu a meio da tarde e a juntar à chuva que caía, houve lágrimas, tanto de quem viajou, como de quem os aguardava.
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"Não consigo explicar por palavras. São mais as lágrimas. Por um lado, é um dia triste, por outro, fico contente. Muito obrigado a todos que colaboraram", referiu, num misto de emoções, Nataliya Khimil, responsável pela Amizade - Associação de Imigrantes, com sede em Rio Tinto.
A ação foi coordenada pela Câmara de Gondomar. "Temos uma plataforma e as empresas estão a aderir. Já temos emprego para quase toda a gente. Há uma empresa de restauração que neste domingo daria trabalho a 15 pessoas", disse Marco Martins, emocionado.
Dos que viajaram, a maioria são mulheres. Também há crianças. "Criamos duas salas lúdicas para ocuparem o tempo. Estão acompanhadas por técnicos da Câmara", revelou o autarca, adiantando que depois os miúdos serão integrados nas comunidades para onde as famílias forem encaminhadas. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras seguirá todo o processo.
A estalagem estava fechada desde 2015 e o novo proprietário acedeu ceder o espaço durante três meses. Para a logística da viagem até à fronteira com a Ucrânia, que começou na terça-feira e terminou este sábado, seguiram, nos autocarros, oito motoristas, dois médicos e tradutores. O que mais marcou José Moreira, da Proteção Civil, foi o "choro" no caminho de regresso.
De Gondomar, saíram, este fim-de-semana, seis camiões, com 140 toneladas de produtos angariados, com destino ao Leste. É mais uma ajuda gondomarense para quem sofre com a guerra.