Monumento do Porto teve aumento de afluência superior a 200% no ano passado, registando 1,2 milhões de visitas, sendo que 70% eram estrangeiros. Ainda assim ficou aquém do recorde de 2019. Espanhóis e franceses lideram a lista.
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Quem sobe as escadas da Torre dos Clérigos, no Porto, dificilmente encontra um português. No ano passado, 1,2 milhões de pessoas visitaram o monumento, sendo que 70% eram estrangeiras. Todos os dias, entre 1300 a 1500 pessoas sobem as 225 escadas da torre para desfrutar da vista privilegiada sobre a cidade do Porto.
"Acolhedor, calmo e claramente tradicional". Esta foi a leitura da jovem neozelandesa Vivian Del Carpio, no alto da Torre dos Clérigos, a 76 metros do solo. Apesar de sentir que estava "mentalmente preparada para tantas escadas", chegou ao alto e aproveitou para recuperar. "Impossível não ficar cansada", referiu.
A jovem de 23 anos aproveitou a pausa nos estudos para conhecer 12 cidades da Europa. Deixou o Porto para o fim da viagem. "É a que estou a gostar mais", partilhou Vivian, acrescentando que já pensa voltar, para trazer a irmã à cidade.
O casal de franceses Gaitan Tavignot e Anaïs Citaire também fez questão de subir a Torre dos Clérigos: "Fomos influenciados pelos nossos pais, que também já visitaram a cidade e falaram-nos deste miradouro".
Foi o facto da vista alcançar o mar que deixou o casal impressionado: "Conseguimos ver os barcos daqui, é espantoso. Vale a pena subir", referiu Gaitan.
Os franceses, a par dos espanhóis, lideram a lista de visitantes do ex-líbris do Porto. A fechar o pódio ficaram os turistas dos EUA.
"Tinha visto que o McDonald"s mais bonito do Mundo ficava no Porto, e isso abriu portas para querer saber mais sobre a cidade". Foi assim que Christian Bolívan e a mulher, Alejandra Bolívan, decidiram incluir o Porto no roteiro da visita a Portugal.
Apaixonados por arquitetura antiga, o casal oriundo de Chile não conseguiu esconder o entusiasmo: "É uma loucura pensar que estou a tocar e a pisar um espaço que tem tantos anos", disse Christian.
O número de visitas ficou 30% abaixo dos valores de 2019, um reflexo da decisão tomada pela Irmandade dos Clérigos de manter as medidas de segurança e proteção dos visitantes vigentes ao longo da pandemia de COVID-19. Contudo a Irmandade acredita que o recorde de visitas pode ser batido durante este ano.