A Associação de Estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto emitiu um comunicado denunciando "condições precárias" das instalações, que comprometem "a segurança e a qualidade do espaço de trabalho". Refere que "até na cantina há água a escorrer pelas paredes e tetos".
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Numa nota enviada às redações e assinada por Constança Viegas Martins, presidente da Associação de Estudantes (AE), é referido que, depois dos dias chuvosos de outubro, os estudantes encontraram um "cenário deplorável" na faculdade. "O pavilhão de tecnologias e o pavilhão sul apresentam graves problemas de infiltrações e humidade nas salas, espaços comuns, nas oficinas e até na cantina há água a escorrer pelas paredes e tetos, interditando espaços de estudo e trabalho", acusa a AE.
"As infiltrações comprometem a integridade das instalações, colocando em risco não apenas o património físico, mas também as condições de trabalho dos estudantes, técnicos e docentes", lê-se no comunicado, que descreve uma série de problemas idênticos também nos pavilhões de madeiras e metais e de escultura e pintura.
A associação refere ter solicitado à Reitoria "medidas imediatas" num email enviado a 6 deste mês, ao qual diz não ter tido resposta. Ao JN, Constança Viegas Martins afirmou que, na reunião do Senado que decorreu na quinta-feira da semana passada, o reitor, António Sousa Pereira, informou que estão previstas obras na Faculdade de Belas Artes, mas não disse quando iam começar.
Em resposta a um pedido de esclarecimentos do JN, o gabinete de Comunicação da Reitoria confirma que está em fase de elaboração o "projeto para a ampliação e renovação das instalações da Faculdade de Belas Artes", acrescentado que tal resulta da compra de um terreno de 2600 metros quadrados, contíguo às atuais instalações, "num investimento que deverá superar os cinco milhões de euros".
"Este projeto permitirá, a médio prazo, expandir e modernizar os espaços de ensino e de investigação da faculdade, que na última década cresceu significativamente em número de estudantes e de unidades de investigação", sublinha a Reitoria.
A mesma fonte salienta, por outro lado, que têm vindo a ser feitas "várias empreitadas de renovação no edificado existente" da faculdade, "como é o caso mais recente da reabilitação do pavilhão de escultura e pintura e da construção da nova torre de conexão, inauguradas em fevereiro de 2022".
Só depois de concluído o projeto é que será possível lançar o concurso público para a empreitada de ampliação e renovação, estando o procedimento sujeito aos "prazos e trâmites exigidos legalmente", lembra a Reitoria. A mesma fonte refere que "a situação reportada pelos estudantes foi consequência de um fenómeno meteorológico extremo e corrigido logo de seguida pela faculdade".
"Obviamente que decorrem obras de manutenção regulares, mas as reabilitações mais profundas são de reabilitação infraestrutural, que têm vindo a decorrer ao longo dos últimos anos", acrescenta a Reitoria da Universidade do Porto, para concluir que, "depois do pavilhão de escultura e pintura, será a vez de o pavilhão de tecnologias de madeira receber a próxima obra de reabilitação do complexo" da faculdade e assim sucessivamente.