Temia-se que não fosse possível efetuar o lançamento da cápsula instrumental para a estratosfera devido ao vento forte sentido, mas às 10.20 horas de terça-feira, os alunos dos cursos de Eletrotécnica e Mecatrónica da escola secundária de Ermesinde viram o seu objetivo cumprido com sucesso. Veja o vídeo.
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"No ensaio de sábado, os fios ficaram presos, temia que hoje acontecesse o mesmo. Além disso, o tempo não estava ajudar", referiu Pedro Fernandes, aluno do curso de Técnico de Eletrotécnica e um dos membros do projeto CIR - Cápsula Instrumental Recuperável.
O projeto não é pioneiro em Portugal. Desde 2005 que a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), mais concretamente o Departamento de Engenharia Eletrotécnica e Computadores, trabalha no programa de lançamento de cápsulas instrumentadas à estratosfera através de balões cheios de hélio, originando o programa Straplex (plataforma de experiências estratosféricas), que trabalha há três anos com alunos de diversas áreas. A experiência tem sido "muito positiva", apontou Sérgio Reis Cunha, mentor do projeto.
Dados vão ser estudados
Exemplo disso é a parceria entre a FEUP e a Secundária de Ermesinde, que adaptou o projeto às Provas de Aptidão Profissional (PAP) para os finalistas dos cursos profissionais de Eletrotecnia e Mecatrónica. A iniciativa tem um caráter científico e o objetivo é analisar os dados ambientais que serão mais tarde estudados para fins pedagógicos.
Para tal, ao longo dos últimos oito meses foi construída uma cápsula que inclui computadores de bordo, câmaras de vídeo e GPS, que transmitem em tempo real as imagens durante a viagem. A cápsula pode atingir a velocidade de 200 km/hora. Depois de recuperaram a cápsula, a FEUP vai fazer a leitura dos dados recolhidos.
O projeto engloba várias áreas, podendo no futuro servir de base à construção de satélites, como referiu Sérgio Reis Cunha.