Laboratório de Eletrofisiologia do Hospital de Braga fez mais de 3000 consultas na última década e quer reduzir espera.
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O Laboratório de Eletrofisiologia do Hospital de Braga, que hoje assinala 10 anos desde que iniciou funções, pretende aumentar em breve a capacidade instalada para poder reduzir os tempos de espera dos pacientes e implementar novas técnicas que permitam ajudar a melhorar o diagnóstico ou tratamento de pessoas com alterações do ritmo cardíaco. Nesta década, o laboratório já realizou mais de 3000 consultas de arritmologia e ultrapassou os 1500 procedimentos de eletrofisiologia invasiva, 80% dos quais associados a tratamento ablativo.
“A nossa expectativa é que em 2025 possamos ter mais uma sala disponível, a juntar à que usamos atualmente, o que nos permitirá aumentar de forma significativa o volume de procedimentos realizados”, disse ao JN a médica Sérgia Rocha. Segundo a responsável do Laboratório de Eletrofisiologia, atualmente há “cerca de 60 pacientes” a aguardar marcação, sendo que o tempo de espera, em média, é de “dois a dois meses e meio”.
Segundo Sérgia Rocha, a criação de um novo espaço permitirá ter mais recursos humanos, a que se junta também a integração de novas técnicas. “Neste momento, usamos radiofrequência e crioablação, ou seja, o calor e o frio. Até ao final deste ano esperamos ter outra fonte de energia para tratar a fibulação auricular, a eletroporação, que é muito mais eficiente e muito mais segura”, assegurou.
Num balanço do trabalho realizado desde 2014, a médica considera que os números são “muito positivos”.
“A partir de 2018 começámos a fazer procedimentos de ablação de fibrilhação auricular, o que foi um marco importante, porque essa é uma arritmia muito prevalente. A partir daí conseguimos autonomizar o serviço e evitar que os pacientes fossem encaminhados para outros hospitais”, enalteceu. Nestes seis anos, foram intervencionados cerca de 350 doentes com fibrilhação auricular no Hospital de Braga.
Qualidade de vida
Segundo Sérgia Rocha, “a maior vantagem” do trabalho realizado pelo Laboratório de Eletrofisiologia é a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. “Muitas pessoas têm crises de palpitações e andam anos a fio sem estarem diagnosticadas. Este estudo permite-nos ter um diagnóstico fidedigno e eficiente”, explicou.
A equipa do Laboratório de Eletrofisiologia do Hospital de Braga é atualmente composta por três médicas eletrofisiologistas, três técnicos de cardio- pneumologia e cinco enfermeiros.