Fábrica suspendeu produção durante uma semana e recorreu à bolsa de horas para mandar para casa os 900 operários.
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A fábrica de automóveis da Stellantis de Mangualde está parada devido à falta de semicondutores. Esta é a primeira paragem registada este ano. Em 2021, a antiga PSA suspendeu a produção por diversas vezes, entre os meses de março e outubro, pelos mesmos motivos, à semelhança do que fizeram outras empresas do grupo automóvel em solo europeu e outras unidades fabris em Portugal, como a Autoeuropa.
"Devido a dificuldades de aprovisionamento de um dos nossos fornecedores, provocada pela situação atual de escassez de componentes eletrónicos, situação semelhante às paragens de 2021, houve a necessidade de ajustar a produção da fábrica de Mangualde", explicou ao JN fonte da Stellantis, acrescentando que "esta semana a fábrica não estará a produzir, [numa] situação inédita em 2022".
A produção de carros está suspensa e os trabalhadores encontram-se em casa, ao abrigo da bolsa de horas. O ano passado a empresa socorreu-se do lay-off quando foi obrigada a suspender atividade devido à escassez de chips.
Telmo Reis, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Norte, lamenta esta nova paragem e sustenta que "o trabalhador não tem culpa" da falta de componentes eletrónicos. "Quem vai ser prejudicado são os operários que depois são obrigados a fazer mais sábados e domingos para compensar estes dias que estão em casa", critica.
Contratação
A Stellantis de Mangualde emprega 900 operários, que estão distribuídos por três turnos. A empresa tem aberto, nesta altura, um processo de recrutamento para contratar pessoas para o turno de domingo que deve arrancar entre os meses de maio e junho. Está prevista a contratação de 90 trabalhadores. Este reforço de pessoal é justificado com o aumento da procura dos veículos fabricados na unidade.
Em Mangualde, a Stellantis produz uma média de 350 viaturas por dia. Da fábrica saem os modelos comerciais ligeiros Peugeot Partner/Rifter, Citroën Berlingo/Berlingo Van e Opel Combo/Combo Furgão. Em 2021, foram fabricadas 67.841 viaturas, mais cinco por cento do que no ano anterior. Dois mil e vinte e um foi o segundo melhor ano de sempre para a empresa em Portugal.