<p>Um homem de 45 anos morreu, ontem, sábado, na explosão de um foguete nas festas do Senhor dos Passos, em Arcozelo, Vila Verde. Os festejos, que decorriam durante o fim-de-semana, ficaram suspensos e a comissão de festas critica a demora no socorro.</p>
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Segundo alguns depoimentos, a vítima, Virgílio Cunha, morador na freguesia vizinha de Marrancos, terá escorregado e caído em cima do foguete, que explodiu imediatamente. "Foi uma verdadeira confusão, com pessoas aos gritos, outras a fugir e outras a pedir ajuda para o homem", recorda José Silva, um emigrante que todos os anos tira férias para estar na terra no dia das festas. "Eu venho cá há 30 anos e não me lembro de ter acontecido nada de parecido".
Outro companheiro de diáspora acrescenta: "Foi uma fatalidade. É daquelas coisas que não dá para prevenir nem para prever". O relato de Carlos Pereira dá conta do que se terá passado: "O fogo é lançado num terreno privado, onde está também instalado todo o material para a sessão de fogo-preso". O fogueteiro lançava canas quando uma delas terá rebentado. "A explosão fez com que todo o resto explodisse também".
Umas horas depois, apenas os arcos denunciavam a existência de uma festa recente. O silêncio e a consternação dominavam o ar abafado e quente de Arcozelo. A alegria de umas festividades que "trazem sempre muita gente pela peculiaridade de alguns dos seus números" deu lugar ao ambiente típico de uma aldeia abandonada.
Nos cafés da freguesia pouco ou nada se fala. As palavras que se ouvem resumem-se a "uma tristeza" ou "foi um acidente", ou ainda "a freguesia não merecia isto". Os elogios a Virgílio Cunha também se fizeram ouvir: "Era um homem conhecido e traquejado nestas coisas", revela Manuel Fernando. "Já fez outras festas, inclusive noutras freguesias, e não há relato de qualquer problema". Até ontem.
O acidente ocorreu cerca das 11 da manhã e a demora no socorro mereceu críticas por parte de dois elementos da comissão de festas: "A ambulância demorou, à vontade, mais de 30 minutos a chegar". Tempo considerado exagerado pelos dois homens ainda que reconhecem "pouco ou nada poderia ser feito".
Segundo dados recolhidos junto dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, o alerta por parte do CODU foi dado às 11h14 e a ambulância com três homens "demorou cerca de cinco minutos a chegar".