As autoridades estão a investigar a composição e o doseamento dos materiais usados na altura da explosão que ocorreu na Douro Pirotecnia, anteontem, e que matou um operário de 25 anos. Pedro Filipe Teixeira da Silva deixa dois filhos menores.
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O funeral realiza-se hoje, às 16 horas, no cemitério paroquial de Caramos, Felgueiras. As causas do acidente que vitimaram Pedro Teixeira continuam por apurar.
A equipa da Unidade Local de Penafiel da Autoridade para as Condições de Trabalho (ATC) regressou ontem à empresa para continuar a recolha de documentação para o inquérito que abriu em consequência da explosão de anteontem. A Polícia Judiciária tem igualmente em curso um outro inquérito ao acidente mortal.
Uma das pistas a seguir pela investigação terá a ver com a composição e o doseamento dos materiais que estavam a ser usados no fabrico dos foguetes da Douro Pirotecnia, no caso os designados "tiros". Isto porque "a quantidade de material que explodiu era pequena, mas teve um forte impacto, com uma forte capacidade de explosão", explicou, ao JN, uma fonte próxima da investigação.
"Pode ter acontecido que algum produto, de forma conjugada, tenha contribuído para uma maior sensibilidade da mistura causando a explosão", acrescentou a mesma fonte.
Aliás, a conclusão da investigação (em curso) a uma explosão similar que ocorreu recentemente em Amares, no Minho, poderá ajudar a clarificar a qualidade dos explosivos e dos restantes materiais que estão a circular no mercado pirotécnico.
A vítima da explosão de Amarante, Pedro Silva, solteiro, vivia sozinha num apartamento em Borba de Godim, na Lixa. Um dos filhos vive com a avó materna e o outro está institucionalizado, explicou ao JN um familiar, que solicitou anonimato.
Desde Janeiro que o operário estava ao serviço da Douro Pirotecnia, localizada num monte em Pidre, Mancelos, Amarante. Conforme asseguraram ao JN, esta unidade está licenciada desde o ano passado para o fabrico de fogo-de-artificio.