Uma explosão de conduta de gás fez, ao início da tarde de quarta-feira, dois feridos graves e destruiu parte da fachada de um prédio em Rio de Mouro, no concelho de Sintra. As vítimas, de 35 e de 60 anos, são trabalhadores da empresa que estava a fazer uma inspeção no sistema de gás e ficaram com 90% do corpo queimado.
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O prédio afetado pela explosão e o edifício contíguo foram evacuados, tendo sido retiradas 30 pessoas.
As causas do acidente são desconhecidas. Certo é que os trabalhadores estavam no interior do prédio n.º1 da Praceta Gomes Leal a fazer reparações no sistema de abastecimento de gás. A forte explosão provocou-lhes queimaduras em 90% do corpo e causou danos avultados numa habitação e na fachada daquele edifício.
O alerta foi dado às 15.25 horas, tendo sido mobilizadas três corporações de bombeiros para o local. De acordo com Marco Cabo, adjunto de comando dos Bombeiros e Algueirão-Mem Martins, à chegada dos operacionais, os dois feridos já estavam no exterior do edifício.
Levado de helicóptero para Coimbra
O trabalhador de 60 anos foi levado para o Hospital de Cascais e, posteriormente, transportado por helicóptero para a Unidade Local de Saúde de Coimbra. A vítima de 35 anos está a ser assistida no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
“A PSP fez um perímetro de segurança e foram evacuadas cerca de 30 pessoas e seis animais”, frisou o responsável, sublinhando que a Proteção Civil está a avaliar as condições estruturais do edifício e de dois prédios contíguos.
Segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a explosão ocorreu às 15.24 horas e estavam às 18.15 horas no local 44 operacionais, apoiados por 16 veículos.
Moradores não podem pernoitar no edifício
Os moradores no prédio em Rio de Mouro não podem pernoitar no edifício e terão de encontrar alternativa habitacional, disse à Lusa fonte da autarquia.
"Não existem problemas a nível das estruturas nos prédios, mas o prédio onde ocorreu a explosão não reúne ainda condições de habitabilidade (janelas e portas)", indicou fonte da Câmara Municipal de Sintra à agência Lusa, pelas 19.50 horas.
A mesma fonte adiantou que, no prédio onde ocorreu a explosão, residem 30 pessoas e que a autarquia já disponibilizou realojamento a um casal, uma vez que não dispunha de outras alternativas de habitação.
Além deste casal, poderá ter de ser também realojada pela Câmara de Sintra mais uma família, com três filhos, acrescentou a mesma fonte, explicando que os restantes moradores manifestaram a intenção de recorrer a familiares.
Ainda de acordo com a autarquia, os trabalhos de limpeza ainda decorrem e poderão prolongar-se durante o dia de quinta-feira.
Empresa distribuidora de gás refuta responsabilidades
A empresa que distribui o gás canalizado no imóvel em Rio de Mouro refuta responsabilidades no acidente. Num comunicado, a DIGAL assume ser a "distribuidora de gás canalizado para o imóvel afetado pela ocorrência e responsável pela respetiva rede abastecedora".
No entanto, esclarece que "não houve qualquer intervenção, obra ou reparação, levada a efeito pela DIGAL ou a seu mando" na rede distribuidora de gás canalizado que abastece o imóvel, ou na área em que o mesmo se situa. "No imóvel em causa, tanto quanto se conseguiu apurar preliminarmente, decorriam obras particulares, no âmbito das quais terá havido intervenção noutras redes de abastecimento, nomeadamente de água", acrescenta a empresa.
Segundo o comunicado, terá sido, "aparentemente, tal intervenção que, afetando a rede distribuidora de gás, esteve na origem da explosão ocorrida". A empresa frisa que "não teve, pois, qualquer ação que estivesse na origem da ocorrência" e afirmou que os seus técnicos foram ao local "apenas e só após" a explosão, tendo sido chamados "para neutralizar a fuga de gás". No final, a DIGAL refere que o incidente "não teve origem na rede distribuidora de gás".