A Ecogres, a fábrica de cerâmicas ecológicas do grupo Costa Nova, inaugurada, esta quarta-feira, em Ílhavo, pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, criou 150 postos de trabalho e é um exemplo de sustentabilidade.
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Segundo o administrador, Miguel Casal, incorpora 98% de materiais reciclados nas louças, tem painéis solares que geram metade da energia necessária, fornos que gastam menos 30% de energia e podem usar hidrogénio e a água tratada nas ETAR é reutilizada.
A Ecogres resulta da requalificação de uma antiga fábrica na Zona Industrial da Mota e representa um investimento de 14 milhões de euros. Só agora foi inaugurada , mas começou a laborar em março, criando 150 postos de trabalho e elevando para cerca de 1000 o número total de funcionários do grupo empresarial. Mas o maior fator distintivo é a aposta na inovação para alcançar a sustentabilidade, que faz dela uma fábrica “de referência, do futuro”, elogiou a ministra Ana Abrunhosa.
Para isso, a aproximação à academia foi importante. Na sequência de um projeto de I&D, em parceria com a Universidade de Aveiro, foi desenvolvida uma nova matéria-prima que resulta da reciclagem e reutilização de argilas e vidrados de outras empresas. Surge assim o “ecogres, com 98% de materiais reciclados na sua composição, totalmente ecológica, que dá forma a algumas das coleções da marca Costa Nova”, explica a empresa, que incluiu na unidade fabril um laboratório para continuar a inovar.
João Campolargo, o presidente da Câmara ilhavense, aproveitou a ocasião para sublinhar a proximidade ao porto de Aveiro, importante para a exportação de produtos. “Também precisamos que as nossas áreas industriais cresçam”, pois “precisamos de áreas logísticas de suporte ao porto de Aveiro”, acrescentou.
O edil disse ainda que é importante que as novas empresas que estão a ser criadas no Parque de Ciência e Inovação, ligado à Universidade de Aveiro, “não fujam”. Por isso, “em breve” estarão disponíveis lotes na Zona Industrial 4.0, na Gafanha d’Aquém, para dar resposta a pequenas e médias empresas.
Em resposta a Miguel Casal, que se queixara das dificuldades das empresas em conseguir mão-de-obra, uma situação que associou à falta de habitação, o edil garantiu que a autarquia está atenta a esse desafio, assim como ao da educação e saúde.