Se, no primeiro dia, os 80 pilotos ficaram em terra por falta de condições atmosféricas, ontem, o dia já teve as primeiras provas da segunda etapa do campeonato nacional de parapente que está a decorrer, até amanhã, na Serra do Larouco.
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Picar o ponto é uma das expressões mais ouvidas entre os participantes, em Montalegre. Significa passar por pontos virtuais localizados através do GPS que cada piloto leva consigo. Pontos esses que ficam no céu dentro de determinadas coordenadas e que todos são obrigados a cumprir.
Mas primeiro é preciso passar pelo "start", um ponto que neste caso se situava num raide de dois quilómetros e meio porque só assim a prova individual de cada um tem início. No mínimo, cada concorrente tem que fazer 20 quilómetros num total de 40. Quantos mais quilómetros conseguidos, mais pontos são arrecadados num total de mil.
O cenário idílico do Larouco, de cujas escarpas partiram os atletas inscritos, entre os quais se encontram o campeão nacional, Cláudio Virgílio, a campeã nacional, Sílvia Ventura, o número um do ranking nacional, Nuno Virgílio, e o recordista nacional de distância livre, Pedro Moreira, tem alguns condicionalismos atmosféricos que impediram a realização de algumas provas.
Ontem, os primeiros a sair foram pilotos de testes, isto é, homens que vão testar as condições atmosféricas e térmicas do percurso e que vão dando as coordenadas para a direcção da prova. É em função disto que se toma a decisão de haver ou não prova.
"Ando nisto há nove anos e reconheço que fazer parapente não é fácil. Requer aprendizagem e paixão. Mas, para quem gosta, como eu, é uma sensação indescrtivel", diz um piloto de teste, que traz na camisola a frase: "voar primeiro, trabalhar depois".
"Parecem falcões coloridos", diz o pequeno Pedro, nome devidamente estampado numa t-shirt cujo pai é um dos pilotos. "Espero que um dia chegue a minha oportunidade de voar sozinho. Deve ser uma sensação espectacular".
Em terra, o júri vai controlando os concorrentes e de máquina fotográfica em punho vão tirando fotografias de situações irregulares ou duvidosas. Os dois elementos vão trocando impressões entre si, sobretudo, para aquilatar se os pilotos estão a tirar ou não beneficios das nuvens (um dos elementos importantes nesta prova).