
Escola D. Pedro I passa a encerrar parcialmente a partir das 15 horas, por falta de funcionários
André Rolo / Global Imagens
A Escola Básica D. Pedro I, em Canidelo, Gaia, fecha, a partir desta quarta-feira, às 15 horas. Um horário que deverá manter-se por tempo indeterminado devido à falta de funcionários que levou o diretor, António Duarte, a aplicar a medida. Isto porque, dos 18 assistentes operacionais do quadro da escola, seis encontram-se de baixa e dos restantes 12 alguns poderão ausentar-se a qualquer momento por motivos de saúde.
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Os 1020 alunos da escola, cujo horário seria das 8.15 horas às 18.30 horas, vão perder as aulas da parte da tarde porque não há forma de as repor, garante o presidente da Associação de Pais da escola, Carlos Gonçalves.
Os encarregados de educação foram informados ontem à tarde por escrito. À noite houve uma reunião de emergência para que, explicou António Duarte, todos percebam o que está em causa.
Para que todos os serviços da escola - alguns dos quais têm funcionado já com horário reduzido -, estejam salvaguardados, os funcionários da tarde vão trabalhar de manhã, obrigando a escola a fechar mais cedo. Caso contrário, a solução seria encerrar o estabelecimento de ensino na totalidade, afirmou o diretor.
"Tenho vindo a alertar a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) para esta situação desde outubro. Ninguém me respondeu. Estando em causa a segurança, não posso arriscar", justifica-se António Duarte, revelando um episódio em que um professor de Educação Física teve de deixar uma turma sozinha para ajudar e transportar um estudante que se magoou. "Não havia ninguém que trouxesse o aluno", lamenta o diretor.
alternar os serviços
O presidente da Associação de Estudantes, Martim Remelgado, de 13 anos, afirma que a vigilância nos intervalos é menor devido à escassez de funcionários e pede ao Ministério da Educação uma intervenção rápida.
"Muitas vezes, a senhora que está na biblioteca tem de ir, na hora de almoço, controlar a fila da cantina. Tem de gerir. Ou fecha a biblioteca ou tem de lá estar um professor", contou ao JN Martim Remelgado, apontando responsabilidades à tutela.
"Não temos de prejudicar a nossa educação pela falta de funcionários. A culpa não é nossa", alerta Martim, enumerando as aulas de Ciências, Físico-Química, Educação Visual e Teatro que vai perder.
O Ministério da Educação, questionado pelo JN, afirmou que irá reunir ainda esta semana com a Direção da escola e diz ter dado "respostas ajustadas às situações apresentadas".
A tutela informa ainda que, além de concursos e a consequente bolsa de recrutamento - que António Duarte afirma ter esgotado -, atribuiu um reforço de horas, em novembro, para complementar as baixas de trabalhadores, "não sendo entendível como, passados três meses, esses funcionários ainda não estejam ao serviço".
Dados
1020 alunos do 5.º ao 9.º ano frequentam a Escola Básica D. Pedro I, em Canidelo, Gaia. Entre eles há alunos do ensino especial que também vão ficar sem aulas
Concurso
O diretor da Escola Básica D. Pedro I, António Duarte, afirma que em três semanas fica concluído um concurso para mais 14 horas de trabalho, divididas por quatro pessoas (3,5 horas cada), afirmando que esse processo não resolve o problema.
Bolsa esgotada
Os candidatos à bolsa de recrutamento esgotaram, não havendo mais possibilidade de substituir os funcionários da escola que estão de baixa prolongada.
