Passageiros fazem muitas críticas ao novo espaço intermodal no Porto. Gestora garante que operação está dentro da normalidade.
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Três meses depois de ter sido inaugurado, o Terminal Intermodal de Campanhã merece avaliação negativa dos passageiros. Apesar de ainda pouco utilizado pelos operadores de transportes, o espaço soma críticas por parte dos utentes que falam da falta de informação, atrasos constantes, autocarros que não aparecem e perda de viagens e de bagagens. Quando tentam reclamar, encontram apenas os seguranças sem competência para a resolução daqueles problemas.
No balcão da STCP - a Sociedade de Transporte Coletivos do Porto gere o equipamento através da STCP Serviços -, a informação prestada prende-se sobretudo com a intermodalidade e a oferta em articulação com os restantes modos de transporte. Mas a maioria dos utentes que ali se dirige é para protestar pela forma como são tratados pelas operadoras e, entre elas, a FlixBus é a campeã das reclamações. "Está a ver o que acontece nos aeroportos com as empresas low-cost da aviação? Quando ficamos sem voo, ninguém aparece a dar explicações e acabamos por ficar sem dinheiro e passagem? Pois, aqui é a mesma coisa!", refere a passageira Joana Martins Silva.
Disponível para melhorar
A FlixBus reconhece o volume de reclamações, mas considera "normal, já que estas queixas devem ser proporcionais à operação em Campanhã, e a FlixBus é, até à data, o operador com maior número de serviços neste terminal".
De acordo com Pablo Pastega, diretor-geral da FlixBus para Portugal e Espanha, a empresa está "satisfeita com a passagem para esta estação" mas "há com certeza um longo caminho a percorrer, seja por parte dos passageiros e dos operadores, que ainda estão a ajustar-se ao novo terminal, seja por parte da administração do terminal, que com certeza estará consciente das recomendações dos passageiros e até dos próprios operadores".
Ainda assim, a empresa garante que está "disponível para melhorar ainda mais o serviço prestado". E apesar de a FlixBus ser a mais visada pelas críticas dos passageiros, as reclamações estendem-se a outras operadoras que utilizam o equipamento intermodal.
Dentro da normalidade
A entidade gestora do equipamento defende que a operação no terminal tem decorrido dentro da normalidade e explica, através da gerente da STCP-Serviços, Teresa Stanislau, que "não existem cais predefinidos". Tendo como objetivo a otimização do uso dos cais, não existem lugares exclusivos a operadores ou a linhas, pormenorizou.
Já os horários de partida dos autocarros "baseiam-se na informação enviada pelos operadores de transporte no processo de autorização de acesso ao terminal, pelo que qualquer alteração de horário tem de ser comunicada e validada pela entidade gestora da infraestrutura".
Ainda de acordo com a STCP Serviços, uma instalação sonora de informação ainda não foi colocada "devido aos constrangimentos logísticos causados pelo conflito na Europa", que resultaram em "alguns atrasos no fornecimento de componentes eletrónicos". Contudo, está em fase de testes antes de ser utilizada e poderá estar a funcionar até ao final do ano.
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Transdev vai deixar Campo 24 de Agosto
A Transdev que gere e opera a partir do Terminal do Campo 24 de Agosto anunciou esta semana ao Porto Canal que não está ainda definido o período em que aquele equipamento permanecerá em funcionamento, mas garantiu que "não será durante muito tempo". A empresa pretende, desta forma, juntar-se ao plano da Câmara do Porto de concentrar em poucos terminais os fluxos de transporte de e para a cidade. Estão, no entanto, por esclarecer em que circunstâncias a Transdev se deslocará ou não para o novo Terminal Intermodal de Campanhã, inaugurado em julho.
Detalhes
Monitorização
A FlixBus tem um sistema de monitorização e controlo de tráfego. Toda a informação é prestada ao cliente em tempo real no site e na app, sobre a localização e o tempo estimado para as chegadas/partidas.
Apoio ao cliente
A STCP Serviços diz que o apoio ao cliente também é prestado pela Mota-Engil Ativ e "existem pessoas identificadas no TIC para fazer esse serviço, algumas das quais pertencem à equipa de vigilância" (uma prática comum no setor).