O presidente da União de Freguesias queixa-se da inação da Câmara e conta mais de 20 zonas com a luz total ou parcialmente apagada.
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Há várias ruas e praças com a iluminação total ou parcialmente desligada há meses. O município culpa a E-Redes por não cumprir o contrato de manutenção, a empresa afirma que a Câmara instala lâmpadas não padronizadas e diz que a responsabilidade de fazer a manutenção desses equipamentos não lhe incumbe. Moradores, comerciantes e o presidente da União de Freguesias do centro da cidade desesperam sem saber a quem recorrer.
Na rua Gil Vicente, onde se concentram mais estabelecimentos comerciais, a um passo do centro histórico, “todos os candeeiros do lado direito, no sentido descendente, estão apagados há mais de um ano”, lê-se num ofício da União das Freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião, para a Câmara, datado de de 24 de setembro.
Os comerciantes da rua, como Joel Freitas, proprietário da Tabacaria Vale, desesperam com uma situação que afeta o negócio, principalmente quando os dias ficam mais pequenos. “Faço reclamações na aplicação da E-Redes, desde abril de 2021. Uma vez telefonaram-me a dizer que iam reparar, mas até agora não aconteceu nada”, queixa-se. O comerciante diz que o único resultado das queixas que envia, “com foto do candeeiro”, foi terem-no bloqueado na aplicação.
Fernando Guedes, proprietário da Orpheu, uma casa de venda de material para belas-artes, tem feito reclamações junto do município e da Polícia Municipal, mas não teve mais sorte. “É incrível que mudaram as luzes para led e os candeeiros continuaram a não funcionar”, comenta.
Passa culpas
José Pizarro, morador no Largo das Hortas, queixa-se de a zona ter estado às escuras desde maio. A E-Redes afirma que, neste local, “as luminárias aplicadas são não padronizadas e [são] da responsabilidade da Câmara Municipal”. Confrontado com a situação, o edil, Domingos Bragança, afirmou que é a E-Redes que não cumpre o contrato de manutenção. “A EDP nunca devia ter sido vendida. Temos uma empresa que opera em monopólio e depois é isto”, aponta o presidente. Na sexta-feira, dia 10, 24 horas depois de a Câmara ter sido questionada sobre o assunto, as luminárias foram substituídas no Largo das Hortas. “Se havia uma solução, porque razão é que não tivemos luz durante oito meses?”, questiona José Pizarro.
O presidente da União de Juntas do centro da cidade, Rui Porfirio, conta à volta de vinte ruas e praças onde há luzes fundidas. “Um local como a Alameda de S. Dâmaso, onde as pessoas mais velhas gostam de passear, tem 17 lâmpadas apagadas há mais de seis meses”, exemplifica.