Famalicão: terreno no monte de Santa Catarina vai ser arborizado
Área junto à contestada central fotovoltaica foi cedida à Câmara de Famalicão, que pretende criar miradouro e área de lazer.
Corpo do artigo
A Câmara de Famalicão vai arborizar, criar um miradouro e uma zona de lazer no monte de Santa Catarina, junto à central solar fotovoltaica que está a ser construída na União de Freguesias de Gondifelos, Cavalões e Outiz e que tem sido contestada por ambientalistas. O terreno onde vai nascer a zona de lazer tem cerca de 13 mil metros quadrados e foi cedido pela empresa que está a edificar a central.
A implantação desta central fotovoltaica foi alvo de contestação por parte de associações ambientalistas e também de partidos políticos. Foram abatidos dezenas de sobreiros que florestavam a área em causa para a instalação de mais de 100 mil painéis solares. A Câmara da Famalicão garante que o abate foi autorizado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e cumpriu os requisitos legais, nomeadamente da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Infraestruturas de Portugal (IP), e da Câmara da Póvoa de Varzim, no âmbito do atravessamento da rede elétrica de ligação da área de produção à central.
Empresa devia pagar
De resto, a Associação Famalicão em Transição apresentou uma petição pela proteção do monte de Santa Catarina, que foi discutida recentemente na Assembleia Municipal de Famalicão. Os peticionários pediam a criação de um parque florestal autóctone naquela área.
Entretanto, na última reunião da Câmara foi aprovado um protocolo com a empresa promotora da central fotovoltaica, onde esta cede cerca de 13 mil metros quadrados à autarquia por 26 anos. O Município vai aí plantar árvores, nomeadamente de espécies autóctones, criar um miradouro e fazer uma área de lazer. O projeto para o local está a ser desenvolvido, mas os vereadores do PS consideram que a empresa deveria assumir os encargos com estes trabalhos.
Os vereadores reconhecem que é uma tentativa de “mitigar” os efeitos da central, contudo consideram que, atendendo aos “benefícios que proprietário e arrendatário vão retirar daquele espaço”, a autarquia poderia não ter os custos associados com a instalação de equipamentos necessários e a arborização daquele espaço.