O cantor porto-riquenho, que em julho encheu a MEO Arena, relatou o colapso que viveu em palco nos EUA e defende agora um ritmo mais humano. Essa experiência levou Rauw Alejandro a regressar às origens caribenhas e a repensar a forma como cria e vive.
Corpo do artigo
Rauw Alejandro quer respirar fundo. O artista de Porto Rico prepara-se para lançar "Cosa Nuestra: Capítulo 0", um trabalho que descreve como a prequela do disco de 2024 e que nasce de um mergulho consciente nas raízes caribenhas. "Não é só música; é roupa, estilo de vida, frutas, comida...", contou em entrevista à Apple Music, onde falou sem filtros sobre o processo criativo e pessoal.
Nos últimos anos, Rauw Alejandro conquistou palcos e corações, e a sua ligação com Rosalía, com quem manteve uma longa relação amorosa (e ficou noivo) e musical no passado, fez correr muitas páginas de imprensa. Hoje, o artista prefere concentrar-se na sua própria voz, explorando influências das Caraíbas e absorvendo o melhor da cultura norte-americana.
Um abalo em pleno espetáculo
Mas a criatividade tem um preço. Durante a última digressão nos Estados Unidos, Rauw viveu aquilo que descreve como um verdadeiro colapso. "Foi a primeira vez que tive um ataque de ansiedade em palco. Estava a cantar e a dançar quando me vi de fora, como se fosse um espectador", revelou, lembrando noites seguidas sem dormir e um café tomado antes do concerto.
"Aprendes que não és um super-humano nem um robô. Tens de respeitar o teu descanso. Dormir oito horas faz toda a diferença, ou simplesmente não funciono", confessou, depois de uma década de trabalho sem pausas.
Lisboa testemunhou já esta nova fase. Em julho, Rauw Alejandro estreou-se na MEO Arena com a "Cosa Nuestra World Tour", enchendo a sala com a energia do reggaeton e da música urbana latina. Entre êxitos recentes e temas que o tornaram um dos favoritos de Cristiano Ronaldo, mostrou-se mais presente e determinado em criar sem pressa.
Agora, o artista quer explorar outras linguagens artísticas, do cinema à realização, com a serenidade de quem aprendeu a ouvir o corpo. "Há tantas áreas por descobrir", concluiu, confiante de que a pausa forçada se transformou na sua maior força criativa.