<p>Uma criança de cinco anos ficou ferida na cabeça quando o veículo em que seguia, na A1, sentido Porto/Lisboa, foi apedrejado junto a um viaduto entre os Carvalhos e Santa Maria da Feira. Falta de socorro indigna os pais.</p>
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"Vamos com este caso até às últimas consequências. Contra o 112, que só confirmou o pedido de socorro cerca de uma hora depois do alerta, quando já tínhamos chegado pelos nossos próprios meios ao Hospital de Santa Maria da Feira, e também contra a Brisa. Neste caso, por não ter o viaduto devidamente protegido contra actos de selvajaria inadmissíveis", avisa Carlos Figueiredo, condutor do Opel Astra apedrejado na auto-estrada do Norte (A1) à meia noite e meia de segunda-feira.
O apedrejamento ocorreu no momento em que o ligeiro passava sob o viaduto. "Sentimos um estrondo e parámos imediatamente. Foi então que vi o meu filho, que ia na cadeirinha, no banco de trás, cheio de sangue na cabeça e no rosto. Entrámos em pânico", relata ainda angustiado o pai da criança.
Dentro do carro, onde além de Carlos seguia a mulher, Ana Cristina, e o irmão e cunhada que tinha ido buscar ao aeroporto Sá Carneiro, foram encontradas três pedras do tamanho de um ovo.
"Mas foram atiradas muitas mais. O capô do automóvel ficou todo amassado", recorda o condutor. Duas das pedras ficaram na posse da Brigada de Trânsito da GNR. "A que atingiu o meu filho, guardei-a. Nem sei bem porquê", confessa comovida Ana Cristina.
Residente em S. Pedro do Sul, o casal e filho rumaram para o Porto às 23 horas de domingo. Pouco passava da meia-noite, já estavam de regresso com os familiares que chegaram da Suíça.
O apedrejamento, em plena auto-estrada, e os ferimentos do filho geraram uma angústia que Carlos e Ana não vão esquecer tão cedo. Sobretudo porque entendem que o socorro a que têm direito, "simplesmente não existiu".
"Ficamos perdidos no meio do nada. Impotentes para fazer fosse o que fosse. Por isso liguei para o 112 a pedir uma ambulância para o meu filho. Mas qual não foi o meu espanto, apesar de fornecer todas as coordenadas - expliquei que já tinha passado as portagens de Grijó e estava a 20 minutos do Porto - pediram-me para indicar o quilómetro onde me encontrava. Fui obrigado a ir à procura".
Após a chegada da Brisa e da GNR, que acompanhou o automobilista ao hospital, o pequeno João foi suturado com cinco pontos. "O 112 ligou-me a confirmar o pedido de socorro já o meu filho estava a ser assistido", critica.