Situação foi desbloqueada, finalmente, após notícia do JN. Imbróglio chegou a causar mal-estar entre os familiares.
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Foi com alívio que Paulo Cunha e Luís Freitas viram o banco concretizar, no início desta semana, a transferência do dinheiro que a tia de ambos, falecida em abril do ano passado, deixara depositado em contas no balcão do Millennium BCP, em Santo Tirso, totalizando cerca de 70 mil euros. O resgate da verba apenas foi permitido um ano após a família ter efetuado todos os procedimentos necessários para o efeito, e depois de o JN ter denunciado o caso, no passado dia 12 de abril.
"Após a notícia do JN, o banco regularizou a situação. O dinheiro caiu na conta, ao fim de um ano", congratulou-se o advogado da família, Hernâni Gomes, que recorda que os herdeiros já tinham "fornecido, em maio do ano passado, os documentos que o banco solicitou".
"Fizemos a habilitação de herdeiros e pagamos o imposto de selo. Não consigo perceber o que se passou no balcão de Santo Tirso", critica Paulo Cunha, que confessa jamais ter imaginado a saga por que haveria de passar para que cada elemento da família pudesse receber a parte correspondente da herança.
"Sinceramente, nunca pensei que pudesse acontecer isto", desabafa o herdeiro, agora aliviado por ver "tudo resolvido". Ainda que o imbróglio tenha "causado mal-estar entre a família", uma vez que se geraram "desconfianças".
Sem explicação
"Não houve, da parte do banco, uma explicação plausível para esta situação", condena Paulo Cunha, lembrando "os problemas" que o impasse provocou.
"Nada se resolvia, e a única solução que vimos foi através de uma notícia. Se não fosse a Comunicação Social, hoje ainda não tínhamos a nossa herança", presume.
Recorde-se que, tal como o JN noticiou em abril, apesar da demora do banco em permitir o resgate do dinheiro, a família já havia despendido perto de 12 mil euros na liquidação do imposto de selo, um esforço monetário que contava recuperar através do levantamento do dinheiro depositado no balcão. Na altura, o JN questionou o Millennium BCP sobre a situação, mas não obteve resposta.