Pontificado de Leão XIV entregue à proteção de Nossa Senhora, com oração rezada por cerca de 200 mil fiéis
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Foi com palmas, primeiro tímidas, depois efusivas, que terminou a oração de consagração do pontificado de Leão XIV a Nossa Senhora de Fátima, Os cerca de 200 mil peregrinos presentes esta terça-feira na Cova da Iria (menos 50 mil do que na procissão das velas da noite anterior), rezaram para que a Virgem inspire o novo Papa a lutar pela paz.
Na mensagem de consagração que proferiu, o bispo de Leiria-Fátima, pediu para o novo Papa "o dom do discernimento para saber identificar e continuar os caminhos da renovação da Igreja" e "coragem para não hesitar em seguir os caminhos sugeridos pelo Espírito Santo".
Lembrando que quatro dos últimos Papas - Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco - "fizeram-se peregrinos de Fátima", José Ornelas reiterou o desejo da presença de Leão XIV na Cova da Iria. Mas, enquanto tal não acontece, pediu-lhe para que, inspirado na mensagem de Nossa Senhora aos Pastorinhos, continue "a lançar ao mundo o urgente grito da paz".
Dirigindo-se depois à assembleia, o bispo agradeceu a presença dos peregrinos, "provenientes de todas as culturas", em sinal "de vida da Igreja" e de que "é possível vivermos juntos sem excluir ninguém". "Este mundo precisa de sinais de esperança, sinais de fé, sinais de solidariedade”, declarou, lembrando as palavras do Papa Francisco “todos, todos, todos”, recebidas com aplausos. No recinto ouviram-se também palmas para o novo Papa, com o bispo Ornelas a soltar um "viva o Papa Leão ".
Sociedade do medo
Antes, durante a homilia, o cardeal brasileiro Jaime Spengler, presidente da peregrinação que confessou ter chorado com a expressão de fé que encontrou em Fátima, afirmou que vivemos numa sociedade "marcada pelo medo", nomeadamente, o "medo de guerras, medo de migrantes, medo de não conseguir levar o caminho de vida assumido, medo de cair doente, medo de morrer, medo uns dos outros". Para Jaime Spengler, vivemos "tempos delicados, tensos, complexos". São, disse, "tempos em que alguns só pensam em si, tempos de autoritarismos de vários matizes", de "fundamentalismo que não promovem a vida"e em que "a casa-comum clama por cuidado".
Durante a missa, foi usado o cálice que o Papa Francisco ofereceu ao Santuário em maio de 2017, por ocasião da canonização de Francisco e Jacinta Marto. Trata-se de uma peça em prata dourada que integra o espólio do Museu do Santuário. Já ontem tinha sido benzida uma nova cruz na Capelinha das Aparições, que assinala Jubileu 2025.