Há quase três décadas que o fascínio pela neve transformou Alfredo Calado num "meteorologista amador". Do sopé da serra da Estrela, na Covilhã, ao topo da Torre, o técnico comercial de 42 anos tem quatro estações meteorológicas e é responsável pelo MeteoEstrela, um site que teve 2,3 milhões de visitas em 2023.
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Em pleno inverno, o sol brilha como na primavera e estão 10 graus na serra da Estrela. Não há vestígios da neve que move Alfredo Calado, há quase três décadas, no estudo diário do estado do tempo. Na adolescência, com apenas 15 anos, o “fascínio em saber quando poderia ou não nevar” fê-lo instalar um “velhinho termómetro de mercúrio” na varanda de casa e anotar as medições, numa altura em que a neve caía com frequência na parte alta da cidade da Covilhã. Com o aparecimento da Internet e dos fóruns sobre meteorologia, a curiosidade cresceu e adensou-se.
A ambição de perceber como funcionava a “atmosfera única” de uma região que conhece como ninguém levou-o a subir patamares, a crescer em altitude. Do sopé da serra ao topo da Torre, o ponto mais alto de Portugal continental, o técnico comercial montou quatro estações meteorológicas que registam não só a temperatura, como a velocidade e a direção do vento, a humidade, a radiação solar e a chuva. Aos 42 anos, Alfredo dedica pelo menos uma hora por dia a fazer as previsões que publica no MeteoEstrela, a página que gere desde 2007 e que chegou a chamar-se MeteoCovilhã. “É a neve que move tudo e a serra da Estrela é uma marca, é mais abrangente. Com o passar dos anos fui melhorando o site, quer em termos de grafismo como de informação prestada, e tenho imagens em direto da serra que capto através das oito webcams que tenho instaladas”, explica. No ano passado, o site teve 2,3 milhões de visitas. A página do Facebook conta com mais de 84 mil seguidores.