Os autarcas do Alto Minho alertaram esta quinta-feira que o encerramento, nos próximos três dias, do Serviço de Urgência Básica (SUB) de Monção, na sequência da luta dos médicos, afeta “49 mil utentes” e deixa parte da população a quase duas horas de distância do serviço mais próximo, no hospital de Viana do Castelo.
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Para os governantes, o fecho daquele SUB, criado para assegurar que os habitantes dos concelhos de Monção, Melgaço e Valença tenham um serviço de urgência “num tempo máximo de 60 minutos” é “inaceitável” e pode mesmo colocar em causa “a segurança e o acesso a cuidados primordiais” a crianças e idosos. De referir que se trata de uma serviço que abrange “dois dos concelhos mais envelhecidos” do Alto Minho: Melgaço é o primeiro e Monção o terceiro, num total de dez municípios. Em risco ficam também, avisam, vítimas de eventuais acidentes que ocorram naquela zona, que não é servida por qualquer “via rápida”.
“Tememos que o encerramento [do SUB de Monção] deste fim de semana se transforme num encerramento a acontecer em vários outros fins de semana ao longo do mês de dezembro e, por isso mesmo, temos de manifestar a nossa indignação. E dizer que não concordamos, que não aceitamos e que queremos explicações”, declarou o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, Manoel Batista, numa conferência de imprensa convocada de urgência. Aquele responsável indicou que os autarcas da região pretendem resposta às suas preocupações por parte “da tutela em primeira mão, depois da direção executiva do SNS e do Conselho de Administração” da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).
Manoel Batista, que falava em nome dos dez presidentes de câmara da região (fizeram-se representar sete na conferência de imprensa) apelou ainda às mesmas entidades que “façam o que tem de ser feito para que estas situações se resolvam e as populações não sejam privadas do direito fundamental que é a saúde”.
“Não podemos correr o risco de que alguém num território como Ribeiro de Baixo (lugar da freguesia de Castro Laboreiro, em Melgaço), que fica a 140 quilómetros de Viana do Castelo, tenha um problema grave durante este fim de semana, de qualquer nível, e para se ver socorrido tenha de percorrer uma hora e meia a duas horas de caminho, para poder chegar a um serviço de urgência. Isso não é admissível”, frisou o líder da CIM Alto Minho. "Tal como não é admissível para a população do Luzio em Monção ou de qualquer um ponto remoto do concelho de Valença. Isso não pode acontecer. O que nos move é a qualidade de vida dos nossos cidadãos", acrescentou.