População tem de percorrer quatro quilómetros até à dependência mais próxima. Multibancos mantêm-se.
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A população de Valbom foi surpreendida ao perceber, sexta-feira, que seria o último dia em que a sucursal do Millennium BCP na freguesia estaria aberta ao público. "Recebo regularmente comunicações do banco no email. No entanto, sobre o encerramento deste balcão não fui informado", garante Leandro Cunha, 40 anos. A cidade, com mais de 16 mil moradores, ficou sem bancos.
"Já chegaram a existir cinco", relembra José Barros, que vive em Valbom desde que nasceu, há 72 anos. "O Millennium era a última alternativa que tínhamos, agora nem com essa vamos poder contar", lamenta.
Além dos moradores, que a partir de agora vão percorrer aproximadamente quatro quilómetros, até Gondomar, para terem acesso a um banco, também os comerciantes temem as consequências que o encerramento deste serviço pode trazer para o negócio.
"As pessoas quando iam ao banco aproveitavam para fazer as compras nas lojas que existem à volta. Com o encerramento do balcão, muito provavelmente o movimento vai baixar", afirma Maria dos Anjos, 64 anos, funcionária da frutaria Caroço.
António Braz, presidente da União de Freguesias de Gondomar, Valbom e Jovim, garante que a Autarquia não recebeu qualquer comunicado formal por parte do Millennium. "Só quando me dirigi ao banco e reuni com o dirigente é que me informaram que o balcão de Valbom ia ser deslocado para Gondomar", explicou o autarca.
Constrangimentos
Com o intuito de se amenizarem os constrangimentos causados pelo fecho de um serviço que já contava 40 anos aos habitantes, "principalmente os mais idosos que não têm condições para percorrer estes quatro quilómetros", foi proposta ao diretor da sucursal do Millennium de Valbom "a permanência das caixas de multibanco automáticas". "Por enquanto, devem continuar a poder ser utilizadas", acrescentou António Braz.